A vida voltou gradualmente ao normal nesta sexta-feira (6) em Jenin, uma cidade palestina no norte da Cisjordânia ocupada que amanheceu cheia de escombros após a retirada das forças israelenses, observaram jornalistas da AFP.
Segundo vários moradores, os soldados israelenses abandonaram a cidade e o seu campo de refugiados durante a noite, após uma operação de 10 dias naquela área autônoma, teoricamente governada pela Autoridade Palestina.
Em 28 de agosto, Israel lançou uma operação militar "antiterrorista" em várias cidades palestinas no norte da Cisjordânia, incluindo Jenin, cujo acampamento de refugiados é um feudo de grupos armados palestinos que lutam contra Israel.
O Exército israelense, o Shin Bet – os serviços de inteligência internos israelenses – e os guardas de fronteira "têm realizado atividades antiterroristas na área de Jenin há uma semana e meia", disse o Exército israelense em comunicado.
"Até agora, 14 terroristas foram eliminados, mais de 30 suspeitos foram detidos" em Jenin, acrescentaram as Forças Armadas, que afirmaram que "houve quatro bombardeios aéreos na zona".
No entanto, o Exército não anunciou o fim da sua operação, denominada "Campos de Verão", e afirmou que "continua agindo para atingir os objetivos" da operação.
Na madrugada desta sexta-feira, o silêncio reinou no acampamento de refugiados de Jenin. Pouco depois, muitos dos habitantes que haviam partido devido aos combates dos últimos dez dias começaram a voltar.
Os jornalistas da AFP puderam entrar no acampamento sem que nenhum posto de controle militar os impedisse.
Lá, escavadeiras militares israelenses levantaram o asfalto das ruas e destruíram fachadas.
Na frente de algumas casas havia vizinhos sentados, em silêncio, em cadeiras de plástico. Vários guindastes retiravam os escombros e em algumas ruas havia crianças brincando.
De acordo com o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, 36 palestinos com idades entre 13 e 82 anos foram mortos pelo Exército israelense no norte da Cisjordânia desde 28 de agosto. O Exército anunciou que um dos seus soldados morreu em combate em Jenin em 31 de agosto.
vid/lba/mj/bfi/jvb/aa/fp