O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá, nesta sexta-feira (6), com seu ministro dos Direitos Humanos acusado de assédio sexual por várias mulheres, um escândalo que sacudiu o país em poucas horas.

A Polícia Federal anunciou nesta sexta que "investigará as denúncias de assédio sexual contra o ministro" Silvio Almeida, que nega as acusações, declarou a força policial em um breve comunicado à AFP.

O escândalo, o primeiro deste tipo que envolve um membro do governo Lula desde que retornou ao poder em janeiro de 2023, eclodiu na quinta-feira após o site Metrópoles revelar que a ONG Me Too Brasil recebeu denúncias de várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

A organização confirmou a publicação e detalhou que as pessoas envolvidas "receberam acolhimento psicológico e jurídico".

Lula declarou que se reunirá nesta sexta-feira em Brasília com Almeida e Franco antes de decidir sobre o destino do ministro.

"Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo", disse Lula à Rádio Difusora de Goiânia, acrescentando que o governo deve garantir a "presunção de inocência" do ministro.

O Governo brasileiro reconheceu na quinta-feira a "gravidade" dos fatos rejeitados pelo ministro e assegurou que "o caso está sendo tratado com o rigor e a celeridade que situações que envolvem possíveis violências contra as mulheres exigem", segundo um comunicado.

Almeida negou as acusações em um vídeo publicado nas redes sociais, ao classificá-las como "mentiras" e denunciando uma "campanha" para "afetar" sua "imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público".

Advogado, jurista e professor universitário, o ministro de 48 anos é considerado um dos principais intelectuais do Brasil.

Sua esposa, Edneia Carvalho, com quem tem uma filha de um ano, declarou no Instagram que as suspeitas contra seu marido são "injustas" e "absurdas".

A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, de 40 anos, ainda não se pronunciou sobre o caso.

Liderança do novo ministério criado por Lula em seu terceiro mandato, Anielle é irmã de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018 em um crime que gerou indignação no mundo.

Em junho, a Polícia Federal recomendou o indiciamento de Juscelino Filho, ministro das Comunicações de Lula, por corrupção e associação criminosa.  

Filho afirma inocência e até o momento não foi afastado do governo.

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