Uma jornalista reportada como desaparecida desde julho na Nicarágua está entre os 135 prisioneiros políticos nicaraguenses libertados pelo governo de Daniel Ortega e enviados para a Guatemala, informou um coletivo de imprensa guatemalteco.
Fabiola Tercero, comunicadora de plataformas virtuais e grupos feministas, estava desaparecida desde 12 de julho, depois que a "polícia entrou à força" em sua casa, conforme denunciou no fim daquele mês a organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
O coletivo No Nos Callarán afirmou que Tercero "está" no grupo que chegou na quinta-feira à Guatemala após ser libertado por Ortega, graças a uma mediação dos Estados Unidos.
Também está no grupo o jornalista Víctor Ticay, "prisioneiro" desde abril de 2023 "por ter gravado uma celebração de Páscoa proibida pelo regime de Daniel Ortega e [sua esposa e vice-presidente] Rosario Murillo", acrescentou o coletivo.
O governo da Guatemala não divulgou as identidades dos 135 indivíduos alegando “razões de segurança”.
"Celebramos que essas pessoas tenham recuperado a liberdade e que a Guatemala tenha aberto suas portas em uma América Central autoritária e inóspita para as vozes críticas", diz o comunicado.
O coletivo condenou "enfaticamente a repressão sistemática na Nicarágua" e "as violações à liberdade de expressão e de imprensa".
Entre os libertados, também estão 13 afiliados da organização evangélica Mountain Gateway, além de católicos leigos, estudantes, defensores dos direitos humanos, camponeses e outras pessoas que Ortega e Murillo "consideram uma ameaça ao seu regime autoritário", segundo Washington.
A Guatemala concedeu a eles um visto de residência por 90 dias enquanto eles optam por solicitar refúgio neste país, nos Estados Unidos ou em outra nação sob o programa de mobilidade segura implementado por Washington.
A libertação ocorreu "por motivos humanitários", afirmou o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan, a menos de dois meses das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
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