O ex-chefe de polícia da Guatemala, Erwin Sperisen, foi condenado, nesta quinta-feira (12), pelo sistema judiciário suíço a 14 anos de prisão por cumplicidade no assassinato de vários detentos em 2006, um caso pelo qual ele já foi julgado três vezes.
O Tribunal Criminal de Apelação e Revisão de Genebra considerou Sperisen, que tem nacionalidade suíça e guatemalteca, culpado de “cumplicidade no assassinato” de sete prisioneiros durante uma operação de comando em 2006 e o condenou a 14 anos de prisão, disse à AFP um oficial de comunicações da justiça de Genebra.
Sperisen, apelidado de “o viking” por causa de sua barba ruiva e grande estatura, sempre manteve sua inocência.
Nascido em 1970, ele foi diretor da Polícia Nacional Civil da Guatemala, de onde saiu em 2007 para viver na Suíça, na casa de seu pai, que era embaixador da Guatemala na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ele foi preso em 2012 na rua enquanto fazia compras com sua esposa. Após um longo processo legal, o sistema de justiça de Genebra o condenou em 2018 a 15 anos de prisão por cumplicidade no assassinato de prisioneiros na prisão de Pavón em 2006.
O Tribunal Federal - a mais alta instância judicial da Suíça - manteve a decisão em 2019, mas acabou anulando-a em 2023, depois que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos (ECHR) condenou a Suíça pela falta de imparcialidade de um juiz.
Em sua decisão, o Tribunal Federal solicitou ao Tribunal Criminal de Apelação e Revisão do Cantão de Genebra que retomasse a investigação.
De acordo com a agência de imprensa suíça Keystone-ATS, Sperisen passou mais de 11 anos privado de liberdade, entre prisão preventiva, prisão domiciliar e prisão.
Seus advogados podem levar o caso de volta ao Tribunal Federal após a nova condenação de quinta-feira.
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