Especialistas da ONU acusaram o Irã, nesta sexta-feira (13), de "intensificar" a repressão contra as mulheres, dois anos após a onda de protestos desencadeada pela morte sob custódia de Mahsa Amini, presa por supostamente violar o código de vestimenta.
Dois anos após o início do movimento "Mulheres, Vida, Liberdade", "o governo iraniano intensifica seus esforços para suprimir os direitos fundamentais das mulheres e meninas, e para esmagar as últimas iniciativas de ativismo feminista", alertou a missão internacional de investigação independente sobre o Irã em um comunicado.
Desde abril, as autoridades estatais "têm reforçado as medidas e políticas repressivas através do chamado Plano 'Noor', encorajando, sancionando e aprovando violações dos direitos humanos contra mulheres e meninas que desafiam o uso obrigatório do hijab", segundo estes investigadores, que não falam em nome da ONU.
O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas encomendou a este grupo a realização de uma investigação, a qual as autoridades iranianas se recusaram a participar, após as grandes manifestações que abalaram o Irã a partir de setembro de 2022, na sequência da morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, presa pela polícia da moralidade por não usar o hijab corretamente.
Dois anos depois, as forças de segurança "intensificam os padrões pré-existentes de violência física", com golpes e tapas, afirmaram os especialistas, citando dezenas de vídeos como exemplo, e aumentam a vigilância, até mesmo com o uso de drones.
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