A gigante da aviação Boeing anunciou, nesta segunda-feira (16), que fará fortes cortes de gastos como resposta a uma greve que afeta sua produção no noroeste dos Estados Unidos.

Entre as medidas consideradas pela fabricante estão licenças temporárias para seus funcionários e congelar as contratações.

“Nosso negócio está em um período difícil. Esta greve ameaça nossa recuperação de forma significativa e devemos tomar as ações necessárias para preservar o efetivo e salvaguardar nosso futuro”, disse o diretor financeiro da empresa, Brian West, em uma mensagem aos funcionários.

O congelamento de contratações afeta “todos os níveis” e também coloca em pausa alguns aumentos de salário.

Também serão suspensas “quaisquer viagens que não sejam para atividades críticas”, indicou West. Não serão realizadas viagens em classe executiva e primeira classe.

Além disso, a Boeing está "considerando a difícil decisão de conceder licenças temporárias a alguns funcionários, gerentes e executivos nas próximas semanas".

As negociações entre a Boeing e parte de sua força de trabalho, que está em greve por melhorias salariais, serão retomadas nesta terça-feira com mediação do governo federal, informaram os sindicatos, após os trabalhadores terem votado por ampla maioria contra as propostas de acordo da empresa.

Quase 95% dos trabalhadores representados pelo Distrito 751 rejeitaram o projeto de acordo coletivo anunciado em 8 de setembro, e 96% aprovaram a paralisação.

A greve, que começou quando o acordo coletivo anterior expirou na quinta-feira à meia-noite, paralisou duas importantes fábricas da Boeing: as de montagem em Renton e Everett, que produzem o 737 MAX, o modelo mais vendido; o 777, de transporte de carga; e o avião tanque militar 767, cujas entregas já estão sofrendo atrasos.

A última greve na Boeing, que emprega cerca de 170 mil pessoas, ocorreu em 2008 e durou 57 dias.

bur-aha/bfm/mr/nn/ic/mvv