Ativista, idealista ou iluminado? Ryan Routh parece uma mistura dos três, à luz de sua trajetória até ser preso no domingo (15) na Flórida, onde as autoridades suspeitam que ele tentou assassinar o ex-presidente Donald Trump.
Em uma fotografia publicada pelo gabinete do xerife do condado de Martin, o americano de 58 anos aparece com o cabelo loiro despenteado e as mãos algemadas atrás das costas.
Esse ex-trabalhador da construção civil viajou para a Ucrânia em 2022, após a invasão russa.
A AFP o entrevistou por acaso em Kiev, durante uma manifestação em solidariedade aos ucranianos.
"Putin é um terrorista, e precisamos acabar com ele. Precisamos que pessoas de todo o mundo deixem o que estão fazendo e venham aqui agora apoiar os ucranianos para acabar com esta guerra", declarou.
- Do Havaí à Ucrânia -
Ryan Wesley Routh foi acusado nesta segunda-feira na Flórida de posse ilegal de arma.
Suspeita-se que no domingo ele tenha tentado disparar contra Trump, candidato republicano à Presidência nas eleições de novembro, com um fuzil de assalto com mira telescópica a partir de um arbusto à beira de um campo de golfe.
Ele tem antecedentes criminais. Foi preso em 2002 por fuga após um controle de trânsito. Estava armado e se entrincheirou em um local.
Além disso, várias pessoas moveram ações judiciais contra Routh, que também não paga seus impostos.
No entanto, ele costuma expressar suas opiniões nas redes sociais.
Em junho de 2020, Routh publicou uma mensagem na então rede social Twitter, na qual diz que se arrependia de ter votado em Trump em 2016 e expressava sua "grande decepção". "Ficarei feliz quando você não estiver mais aqui", escreveu.
Em um livro autopublicado de 300 páginas, intitulado "A guerra que não se pode vencer", Routh expõe suas ideias sobre vários temas: "o erro fatal da democracia", "o abandono do mundo e o cidadão global", "a Terceira Guerra Mundial e o fim da humanidade". Fala sobre Taiwan, Afeganistão e Coreia do Norte.
Em março de 2023, declarou a um jornalista do New York Times que tinha um projeto para ajudar Kiev: recrutar ex-soldados afegãos e enviá-los para combater na Ucrânia.
- Cabana -
Em uma selfie sem data, Ryan Routh aparece com uma barba branca rala e uma expressão franzida. Ele usa a bandeira americana enrolada no pescoço como um lenço e parece estar vestindo um colete à prova de balas.
Em outras imagens, ele porta a bandeira dos Estados Unidos costurada em roupas.
Trabalhou na construção civil na Carolina do Norte, mas se estabeleceu no Havaí.
Na ilha de Oahu, fundou uma pequena empresa chamada "Camp Box Honolulu", especializada na construção de cabanas e caixas de armazenamento.
O jornal local The Star-Advertiser informou, em um artigo de novembro de 2019, que ele doou uma dessas construções para pessoas sem-teto.
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