O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse, nesta terça-feira (17), que o estado realizará sua própria investigação e buscará acusações mais severas contra o homem suspeito de tentar atirar contra Donald Trump, provavelmente incluindo tentativa de assassinato.

DeSantis também descreveu as acusações de posse ilegal de armas de fogo, impostas ao suspeito na segunda-feira, como inadequadas.

O governador republicano afirmou, ainda, que transferirá a investigação sobre o plano de assassinato para o escritório da procuradora-geral da Flórida, Ashley Moody, em parte devido à sua desconfiança na capacidade das agências federais de manterem a imparcialidade em casos relacionados a Trump.

"Na minha opinião, não é o melhor para o nosso estado ou nossa nação que as mesmas agências federais que buscam processar Donald Trump liderem esta investigação", declarou DeSantis em uma coletiva de imprensa.

Ryan Routh foi preso após fugir do clube de Trump em West Palm Beach, onde o ex-presidente estava jogando golfe no domingo, quando agentes do Serviço Secreto descobriram um cano de fuzil saindo de uns arbustos e abriram fogo contra o suspeito.

Routh, de 58 anos, foi acusado de posse de arma de fogo como criminoso convicto e de posse de arma de fogo com o número de série raspado, em sua primeira audiência no tribunal.

DeSantis disse que a Flórida irá além. "Temos jurisdição sob a lei estadual para realizar uma investigação e processar pelo crime mais grave e facilmente demonstrável, que seria a tentativa de assassinato, o que implicaria uma pena máxima de prisão perpétua", afirmou.

"Se fizermos qualquer coisa que não aplicar todo o peso da lei nisso, então acredito que estamos enviando um sinal de que talvez isso não seja tão ruim. E isso é inaceitável."

Enquanto isso, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, disse que todo o Departamento de Justiça, incluindo o FBI e a Procuradoria dos Estados Unidos para o Distrito Sul da Flórida, que está processando o caso Routh, estão "coordenando estreitamente" com as autoridades policiais locais e estaduais.

Embora a procuradora-geral da Flórida tenha enfatizado que realizar uma investigação paralela "não significa que seja uma guerra territorial" com as autoridades federais, ela ecoou as preocupações de imparcialidade de DeSantis.

Moody, ao lado de DeSantis, também afirmou que a Flórida investigará como as coisas saíram "terrivelmente mal".

"Foi permitido que alguém permanecesse nas margens de um campo de golfe em uma área arborizada por 12 horas e se aproximasse a 150 metros" do ex-presidente, acrescentou.

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