Cerca de 60% das maiores empresas negociadas em bolsa prometeram medidas para alcançar a neutralidade de carbono, um número que cresce, mas não garante que elas tenham um plano sério para atingir essa meta, apontou nesta segunda-feira (23) a ONG Net Zero Tracker.

Em 2023, menos de metade das 1.977 empresas negociadas em bolsa estudadas haviam assumido esse compromisso, segundo o relatório anterior desse consórcio de pesquisa, que se apresenta como independente e reúne Data-Driven EnviroLab, The Energy & Climate Intelligence Unit (Eciu), Instituto NewClimate e Oxford Net  Zero.

“Neste ano, o número continua aumentando", principalmente entre empresas com sede na Ásia, ressaltou em videoconferência Takeshi Kuramochi, analista do Instituto NewClimate, ressaltando que "ainda há muitas que não se comprometeram” com a descarbonização.

A maioria das empresas que prometem ser neutras em carbono, ou que o serão até 2050, continuam emitindo gases do efeito estufa e usam compensações para reduzir a zero sua pegada de carbono, financiando o reflorestamento, por exemplo.

Estudos científicos mostraram, no entanto, que esse sistema de compensação está longe de cumprir seu objetivo, sendo, inclusive, enganoso ou fraudulento. 

Apenas 5% das empresas (4% em 2023) cumprem os oito critérios avaliados pelo Net Zero Tracker, que incluem alguns daqueles formulados por especialistas da ONU, como definir objetivos precisos, incluir gases do efeito estufa além do CO2 (como o metano) e priorizar a redução das emissões, em vez da compensação.

“Houve progressos, mas precisamos de muito mais! Temos que ser mais ambiciosos”, insistiu a presidente do grupo de especialistas da ONU sobre compromissos “net zero”.

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