Os preços do petróleo recuaram nesta segunda-feira (23) após declarações do presidente iraniano, consideradas como uma tentativa de acalmar os ânimos em meio aos ataques em massa de Israel contra o movimento pró-iraniano Hezbollah no Líbano.

O preço do barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro caiu 0,79%, fechando a 73,90 dólares.

Enquanto isso, o barril de West Texas Intermediate (WTI) para a mesma data perdeu 0,89%, fechando a 70,37 dólares.

Para Robert Yawger, da Mizuho, as declarações do presidente iraniano, Masud Pezeshkian, durante uma coletiva de imprensa com jornalistas em Nova York, alteraram a tendência do mercado, que até então estava em alta.

"Ele tenta acalmar um pouco a tensão no Oriente Médio", disse o analista.

"Sabemos melhor do que ninguém que, se uma guerra mais ampla estourar no Oriente Médio, não beneficiará ninguém no mundo. É Israel que está tentando criar um conflito mais amplo", afirmou o presidente iraniano, cujo mandato começou em julho.

Essas declarações ocorrem enquanto Israel afirma ter atingido mais de 1.300 alvos do Hezbollah nas últimas 24 horas.

Os bombardeios deixaram 492 mortos, entre eles 35 crianças, apesar dos apelos da comunidade internacional por moderação, segundo o Ministério da Saúde do Líbano.

Pezeshkian falará na tarde de terça-feira na Assembleia Geral da ONU. "Pode ser uma oportunidade para ampliar essas declarações", afirmou Robert Yawger.

O Irã é o maior apoiador do Hezbollah e é considerado um ator-chave na região em meio à guerra entre Israel e Hamas.

Diferentemente de Israel ou Líbano, o Irã é um importante produtor de petróleo, com mais de 3,4 milhões de barris por dia de petróleo bruto em agosto, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deve discursar na quinta-feira em Nova York, na Assembleia Geral.

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