A presidente do Peru, Dina Boluarte, anunciou, nesta terça-feira (24), uma ofensiva policial contra as gangues que extorquem e atacam a tiros o transporte público em Lima, onde este ano três motoristas foram assassinados em represália às empresas que não aceitaram as chantagens.

"Decidimos intensificar as operações para combater a criminalidade, especialmente as extorsões que vêm afetando os sindicatos e trabalhadores do setor de transportes em Lima e Callao", disse Boluarte durante um evento oficial.

Várias empresas de transporte realizaram na segunda-feira uma greve de várias horas na capital peruana, diante da onda de extorsões e do assassinato de três motoristas, o último deles ocorrido no fim de semana no distrito de Los Olivos, ao norte de Lima.

Os sindicatos estão preparando uma paralisação de 24 horas para esta quinta-feira em Lima, enquanto Boluarte assegurou que as autoridades estão "fungando no pescoço" das organizações criminosas.

"Senhores transportadores, nosso governo está com vocês (...) Somos um governo que cumpre o que promete e esse compromisso de luta frontal contra a criminalidade, contra a extorsão, não será a exceção", acrescentou.

Por sua vez, o Ministério do Interior anunciou a criação de um grupo policial de 100 agentes para atender exclusivamente os casos de extorsão em Lima.

Pelo menos 15 empresas, que operam em cinco distritos populosos de Lima, denunciaram ataques a tiros contra veículos com passageiros por criminosos que exigem o pagamento de até 50.000 novos sóis por mês (R$ 72,6 mil) para permitir que trabalhem.

"Continuamos com as extorsões, queremos mais segurança porque neste momento nossas vidas estão em perigo", declarou Martín Valeriano, presidente da integração de transportadores de Lima, ao canal N de televisão.

Segundo a polícia, foram registradas no Peru 14.220 denúncias de extorsão entre janeiro e setembro, contra 22.294 ao longo de todo o ano de 2023.

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