Kamala Harris apresentou nesta quarta-feira (25) seu programa econômico, a principal preocupação de muitos eleitores americanos, e acusou seu rival eleitoral Donald Trump de ser amigo dos milionários.
Em Pittsburgh, a histórica capital do aço na Pensilvânia, a vice-presidente e candidata democrata defendeu seus planos para a maior economia mundial e para aumentar o poder aquisitivo.
Seu rival republicano também viajará em breve para este estado-chave nas eleições, especificamente para Butler, onde sofreu uma tentativa de assassinato em julho.
"Para Donald Trump, a economia deve estar a serviço dos proprietários dos grandes arranha-céus, não de quem os constrói, nem de quem instala eletricidade, nem de quem limpa os pisos", criticou Kamala, que se apresenta como uma pessoa de classe média que "compreende a dificuldade de chegar ao final do mês".
A democrata, para quem o alto custo de vida segue sendo um obstáculo eleitoral, atacou o saldo do magnata conservador.
- Preços -
Kamala, de 59 anos, acusou Trump de ter feito os Estados Unidos perderem 200 mil empregos industriais durante seu mandato.
A candidata reconheceu que o custo de vida continua muito alto e reiterou uma série de promessas concretas: um "crédito fiscal para famílias jovens", destinado a pessoas que criam pequenas empresas, auxílios para a compra de casas, controles sobre os preços de medicamentos, entre outras.
Nesta quarta-feira, ela dará sua primeira entrevista solo na TV desde que assumiu o lugar de Joe Biden na corrida pela Casa Branca.
"Kamala Harris tem razão em uma coisa: é hora de virar a página. Ela teve três anos e meio para demonstrar o que pode fazer e falhou", respondeu Karoline Leavitt, porta-voz da campanha de Trump.
Na terça-feira, o republicano revelou uma estratégia econômica agressiva na qual promete "roubar empregos de outros países" se for reeleito, com cortes de impostos e tarifas "muito altas".
- Irã e Ucrânia -
Trump, que estava em campanha em outro estado muito visado, a Carolina do Norte, focou suas críticas no Irã, afirmando que, "se fosse presidente", faria "explodir" o país se este atacasse um candidato nas eleições americanas.
Ele se referia a si mesmo, um dia depois de dizer que sua vida está diretamente ameaçada pelo Irã, em um contexto de hostilidades entre Israel e Hezbollah, o movimento islamista libanês aliado a Teerã.
O bilionário também criticou duramente Volodimir Zelensky, acusando o presidente ucraniano de se recusar a "concluir um acordo" com a Rússia.
Entre os sete estados-chave (Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Arizona, Nevada e Pensilvânia), este último é o principal, pois oferece 19 votos eleitorais ao vencedor em 5 de novembro.
O primeiro a alcançar 270 votos eleitorais ganhará a eleição, que é realizada por sufrágio indireto.
Para Melissa DeRosa, estrategista democrata, é crucial que a vice-presidente percorra esses estados e faça propostas muito concretas.
Donald Trump "é um candidato muito ruim", mas tem "mensagens sob medida" sobre economia para os eleitores indecisos nesses estados-pêndulo.
O risco para Kamala Harris é que sua retórica sobre poder aquisitivo e economia "entre por um ouvido [do eleitor] e saia pelo outro" se continuar "abstrata demais", segundo ela.
Em uma disputa extremamente acirrada, os eleitores afirmam confiar mais em Trump em questões econômicas, mas a diferença para Kamala nesse tema tem diminuído consideravelmente nas últimas semanas, mostram as pesquisas.
cjc-aue/erl/mel/ic/am