O ex-proprietário da icônica loja de departamentos britânica Harrods, o egípcio Mohamed Al Fayed, que morreu em 2023 e foi acusado de agressão sexual por dezenas de mulheres, estabeleceu "uma cultura tóxica" na empresa, denunciou o seu diretor-geral em um comunicado nesta quinta-feira (26).

"Ele dirigiu esta empresa como seu feudo pessoal. Agora está claro que estabeleceu uma cultura tóxica de sigilo, intimidação, medo de represálias e má conduta sexual", afirmou Michael Ward, que trabalhou para o magnata durante quatro anos, acrescentando que "não tinha conhecimento" dos fatos de que o egípcio é acusado.

O ex-proprietário da Harrods, bem como dono do Hotel Ritz em Paris e do clube de futebol londrino Fulham, foi acusado em 20 de setembro de agressão sexual por 37 mulheres.

Falecido no ano passado aos 94 anos, Al Fayed teria cometido estes ataques durante "um quarto de século", denunciaram os advogados das supostas vítimas, que posteriormente relataram ter recebido "mais de 150 novas consultas" de possíveis acusadoras ou pessoas com provas contra o magnata. 

"Falhamos no nosso dever com os nossos colegas e lamentamos profundamente", disse Ward no comunicado, descrevendo os supostos acontecimentos como um "horror". "Este é um período vergonhoso na história da empresa, mas a Harrods de hoje não se parece em nada com a Harrods que ele tinha", disse ele. 

O bilionário egípcio vendeu a loja de departamentos em 2010 ao fundo Qatar Investment Authority por 1,5 bilhão de libras (11 bilhões de reais na cotação atual).

Al Fayed também é conhecido por ser pai de Dodi, parceiro da princesa Diana, ex-mulher do atual rei britânico Charles III, com quem morreu em um acidente de trânsito em Paris, em 1997.

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