Os Estados Unidos e a Argentina organizaram, nesta quinta-feira (26), uma reunião com cerca de 40 países para analisar o que a comunidade internacional pode fazer para garantir que a vontade dos venezuelanos, manifestada nas urnas no dia 28 de julho, seja respeitada.

"Nosso trabalho consiste em garantir que suas vozes sejam ouvidas", disse o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, na abertura do encontro realizado às margens da Assembleia Geral da ONU.

"Se temos um objetivo em comum, é garantir que a vontade e os votos do povo venezuelano sejam respeitados, que possam determinar seu próprio futuro", insistiu ele entre ministros das Relações Exteriores e representantes da União Europeia, França, Espanha, Costa Rica e Uruguai.

O presidente Nicolás Maduro foi declarado eleito com 52% dos votos para um terceiro mandato consecutivo pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sem apresentar os resultados eleitorais detalhados, conforme exigido por lei, enquanto a oposição denunciava fraude.

Esse resultado foi validado pelo Tribunal Supremo de Justiça, uma instituição acusada, como o CNE, de servir ao governo.

No entanto, a oposição, liderada por María Corina Machado, publicou em seu site cópias de cerca de 80% dos registros eleitorais que demonstrariam a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia, que se exilou na Espanha no dia 8 de setembro, após mais de um mês escondido.

Maduro "está fazendo tudo o que está ao seu alcance para negar esse direito, a fim de reforçar seu próprio controle do poder, manipulou os resultados eleitorais" e "emitiu injustamente um mandado (de prisão) contra o candidato da oposição”, disse Blinken.

"O povo não importa para Maduro", disse a ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, que alegou que 7,7 milhões de venezuelanos tiveram que fugir do país.

"A crise que atinge o país foi causada pelo seu próprio governo", lamentou Mondino.

Ainda que muitos países se abstenham de reconhecer a vitória de Maduro, a ministra argentina admitiu que não sabe "quais ações podem tomar" para que a vontade dos venezuelanos seja reconhecida.

Os países presentes pretendem assinar uma declaração.

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