Dez confederações sindicais internacionais denunciaram Israel nesta sexta-feira (27) à Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo suposto não pagamento de salários a mais de 200 mil palestinos, que tiveram os contratos rescindidos após o início da guerra em Gaza.
As organizações, que afirmam representar mais de 200 milhões de trabalhadores de mais de 160 países, "apresentaram uma denúncia contra o governo israelense por violações flagrantes da convenção da OIT sobre a proteção do salário", segundo um comunicado.
Os sindicatos denunciam que mais de 200 mil palestinos da Cisjordânia e de Gaza empregados em Israel perderam os salários "devido à suspensão das autorizações de trabalho e à rescisão unilateral de seus contratos" após o ataque do Hamas em 7 de outubro que desencadeou a guerra.
"Não foram pagos pelo trabalho realizado antes de 7 de outubro, nem receberam qualquer salário desde então", denunciam as confederações, que apontam um "roubo generalizado de salários".
"As convenções da OIT são instrumentos jurídicos vinculantes", insistem os sindicatos, recordando que Israel ratificou o texto sobre a proteção de salários em 1959.
A OIT calcula que o salário médio diário dos palestinos empregados legalmente em era de 297,3 shekels (79 dólares, 429 reais), afirmam as associações.
Os trabalhadores informais tinham remuneração semanal média de 2.100 a 2.600 shekels (3.000 a 3.800 reais).
Isto implica perdas de "vários milhões" de dólares em salários, segundo os denunciantes, que exigem que Israel garanta o pagamento.
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