Equipes de resgate espanholas buscaram neste domingo (29), pelo segundo dia, ao menos 48 migrantes que caíram ao mar perto das ilhas espanholas de Canárias durante um resgate, e não encontraram sobreviventes ou corpos.

"Renova-se a busca pelos desaparecidos no naufrágio do cayuco de ontem em El Hierro", havia informado à AFP a organização espanhola Salvamento Marítimo, na manhã de hoje, um dia sem novos achados.

No sábado à noite, o presidente regional das Canárias, Fernando Clavijo, estimou que seria difícil encontrar não apenas sobreviventes, mas também os corpos. "Estamos falando de 48 falecidos previsivelmente", mais do que de sobreviventes, disse à imprensa.

Além disso, "é pouco provável que possamos resgatar mais corpos nas próximas horas", acrescentou, prevendo que os cadáveres aparecerão "nos próximos dois ou três dias", levados pela corrente.

Pelo menos 9 migrantes morreram, 48 foram declarados desaparecidos e 27 resgatados após a embarcação virar quando se amontoaram de um lado para serem resgatados nas águas da ilha espanhola de El Hierro, no arquipélago das Canárias, na costa noroeste da África, segundo a Salvamento Marítimo.

Fontes do governo disseram mais tarde que o total de ocupantes da embarcação poderia ser de 90 pessoas, e não 84, o que significaria que os desaparecidos seriam mais de 50 e o total de falecidos superaria 60, em uma das piores tragédias desse tipo nas águas canárias.

Os nove corpos serão enterrados nos próximos dias na própria ilha de El Hierro, nos municípios de Valverde e La Frontera, onde um dos prefeitos lamentou que estão sobrecarregados. 

Segundo o governo espanhol, a embarcação havia saído de Nouadhibou, na Mauritânia, a cerca de 800 km. Os migrantes "ficaram dois dias sem alimentos e sem água", uma situação que possivelmente contribuiu "para que o pânico se espalhasse" no momento do resgate, levando à virada do barco, explicou à imprensa Anselmo Pestana, delegado do governo nas Canárias.

O naufrágio ocorreu 4 milhas ao sul do porto de La Estaca, em El Hierro, depois que, pouco depois da meia-noite, os próprios migrantes chamaram os serviços de emergência.

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