O presidente francês, Emmanuel Macron, foi um "verdadeiro incômodo" nas negociações do Brexit e queria punir o Reino Unido por abandonar a União Europeia, afirma o ex-mandatário britânico Boris Johson em sua biografia em um trecho publicado no Daily Mail nesta segunda-feira (30). 

"Embora o Macron seja pessoalmente encantador, e mesmo que frequentemente concordemos em questões importantes, realmente falava sério quando afirmava que o Reino Unido deveria ser castigado" pelo Brexit, escreve o ex-primeiro-ministro conservador em seu livro "Unleashed', que sairá às vendas em seu país em 10 de outubro. 

Em sua biografia, Boris Johnson relata sua experiência na política, em particular seu período em Downing Street de 2019 a 2022, marcada pelas negociações com a União Europeia (UE) sobre a saída da mesma do Reino Unido ou a pandemia do covid. 

Segundo Johson, o líder francês via o Brexit como "uma terrível afronta à UE e à sua visão de mundo".  

O político conservador britânico descreve no livro suas reuniões com líderes europeus como a ex-chefe de governo alemã Angela Merkel e Emmanuel Macron, de cujo sotaque inglês Johnson zomba. 

"Em certos temas, receio que ele tenha sido um verdadeiro incômodo", diz sobre o mandatário francês. 

O político britânico também critica Macron por sua atitude na questão dos imigrantes que cruzam ilegalmente o Canal da Mancha para chegar ao Reino Unido vindos da França. 

"Me parecia, pelo menos possível, que ele usou o problema" e "permitiu discretamente que um número suficientemente grande de migrantes cruzasse" o Canal da Mancha "para enlouquecer o povo britânico e minar um dos aspectos mais importantes do Brexit, que era recuperar o controle de nossas fronteiras", escreve. 

Desde que deixou Downing Street em 2022, Boris Johnson se tornou colunista do tabloide Daily Maily, enquanto cobra dezenas de milhares de dólares por palestras. 

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