O general Humberto Ortega, ex-ministro da Defesa, e irmão e crítico do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, morreu nesta segunda-feira (30) em um hospital militar de Manágua devido a uma parada cardiorrespiratória, informou o Exército da Nicarágua.
"O paciente Humberto Ortega Saavedra, de 77 anos, apresentou parada cardiorrespiratória, e após tratá-lo com manobras de reanimação cardiopulmonar não saiu desse quadro, sendo declarado morto às 02h30", informou o Exército em comunicado.
No domingo, o Exército informou que o estado de saúde do general Ortega havia sofrido "uma deterioração brusca" nas últimas horas.
Em 21 de maio, a polícia da Nicarágua instalou uma unidade médica na casa do general aposentado, uma medida interpretada como detenção domiciliar por meios opositores no exílio.
A custódia policial começou após ele afirmar em uma entrevista que seu irmão Daniel, de 78 anos, não tinha sucessores e que seu poder não resistiria a um eventual falecimento.
Em 28 de maio, o presidente Ortega disse em um ato público que seu irmão havia cometido um ato de "traição à pátria" em 1992 ao condecorar um militar dos Estados Unidos.
Em uma nota de imprensa divulgada pelo veículo de linha governista El19Digital, os filhos e netos de Humberto Ortega expressaram seu "profundo pesar pelo falecimento" e pediram "respeito à privacidade e ao luto" da família.
Os irmãos Ortega fizeram parte da guerrilha sandinista que combateu a ditadura da família Somoza, que governou com mão de ferro o país centro-americano por mais de quatro décadas (1936-1979).
"Reconhecemos a contribuição estratégica do general Ortega como militante sandinista desde sua adolescência", destacou o governo em um comunicado no qual mencionou sua "coragem" em ações militares "revolucionárias".
Após o triunfo da revolução em 1979, Humberto Ortega tornou-se chefe do Exército até 1995, enquanto seu irmão assumiu o governo, primeiro como membro de uma junta e depois individualmente.
Em 1990, Daniel Ortega foi derrotado em eleições, mas recuperou o poder em 2007 e tem sido reeleito sucessivamente em eleições questionadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
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