A Irlanda abrirá uma comissão de investigação sobre a violência sexual nas escolas católicas depois que um relatório encomendado pelo governo revelou, nesta terça-feira (3), quase 2.400 possíveis casos desde a década de 1970.

O estudo compila quase 2.400 acusações de violência sexual apresentadas diante das ordens religiosas que administram mais de 300 escolas no país.

A ministra da Educação, Norma Foley, considerou “profundamente chocante” o relatório que, em sua opinião, mostra pela primeira vez a extensão da violência no sistema educacional católico irlandês.

O primeiro-ministro, Simon Harris, por sua vez, saudou a coragem das vítimas denunciantes e disse que essa violência é “uma sombra do passado que continua pesando sobre tantas vidas, tantas famílias, tantas comunidades”.

Em resposta, o órgão que representa as ordens católicas da Irlanda pediu perdão, afirmou estar “profundamente devastado” e prometeu “cooperar plenamente”.

As acusações se dirigem a 884 pessoas que trabalharam em escolas ou internatos sob gestão de ordens religiosas na época ou até hoje.  Segundo o relatório, metade dos supostos agressores já morreram. Os casos vão de 1970 a 2023.

Este relatório inicial levará à criação de uma comissão de investigação sobre o problema, anunciou a ministra Foley à imprensa em Dublin.

Seus autores explicaram que entraram em contato com 73 ordens religiosas que estiveram ou estão à frente de escolas católicas na Irlanda, das quais 42 tinham arquivos de acusações de agressões e violências sexuais.

Essa investigação foi encomendada após a exibição de um documentário televisivo que revelou denúncias de violências sexuais em uma escola de Dublin.

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