O ex-presidente da Volkswagen Martin Winterkorn afirmou, nesta quarta-feira (4), que as acusações de fraude contra ele são "inverossímeis", ao depor no seu julgamento pelo "dieselgate", um escândalo de manipulação de milhões de veículos que eclodiu em 2015.
"Me parece inverossímil fazer uma acusação criminal contra mim como a que (os promotores) estão tentando fazer com as suas acusações", disse ele ao tribunal da cidade alemã de Braunschweig, perto da histórica sede da VW em Wolfsburg.
O ex-executivo começou a ser julgado na terça-feira, nove anos depois de a Volkswagen ter reconhecido que manipulou 11 milhões de veículos a diesel em todo o mundo para que apresentassem níveis de emissões de óxido de nitrogênio inferiores aos reais.
Winterkorn enfrenta acusações de fraude pelo uso do software que permitiu tal manipulação e pode ser condenado a até dez anos de prisão.
Em uma longa declaração, o ex-presidente, de 77 anos, argumentou que, como líder de um grande conglomerado, tinha muitas responsabilidades e estava longe dos mecanismos de decisão mais detalhados.
"Não estive envolvido nas decisões sobre o desenvolvimento e uso desse software irregular nos novos motores diesel da VW", disse ele.
Winterkorn foi CEO da Volkswagen de 2007 a 2015 e renunciou logo após o escândalo.
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