O papa Francisco e um imã indonésio assinaram nesta quinta-feira (5) na mesquita Istiqlal uma declaração na qual apresentam um apelo para evitar o uso da religião para alimentar conflitos e a favor da preservação dos recursos naturais.

"Somos todos irmãos, todos peregrinos, todos caminhando em direção a Deus, além de nossas diferenças", declarou Francisco durante um encontro inter-religioso na mesquita de Jacarta com representantes das seis religiões oficiais da Indonésia.

Na "Declaração de Istiqlal", Francisco e o grande imã Nasaruddin Umar expressam preocupação com a "desumanização" provocada pela "generalização dos conflitos", assim como com a "instrumentalização" da religião em situações de violência.

Também pediram a adoção de "medidas decisivas para preservar a integridade do meio ambiente e dos recursos naturais".

Depois do encontro inter-religioso na maior mesquita do sudeste asiático, Francisco celebrará uma missa em um grande estádio para concluir sua visita à Indonésia, a primeira etapa de sua viagem à região Ásia-Pacífico.

Apesar do ritmo intenso da viagem de 12 dias, o pontífice argentino, de 87 anos, demonstrou boa disposição desde que chegou a Jacarta, na terça-feira.

A questão inter-religiosa é central na visita à Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo.

Nasarrudin disse à AFP que a declaração conjunta com o papa é uma expressão de "como muçulmanos e católicos, e todas as religiões do mundo, podem conversar sobre como salvar o meio ambiente".

A mesquita Istiqlal fica diante da catedral Santa Maria da Assunção. Os dois templos estão conectados por um "túnel da amizade", considerado um símbolo da fraternidade religiosa.

Francisco já visitou vários países de maioria muçulmana e, em 2019, assinou em Abu Dhabi uma declaração sobre a fraternidade humana com o grande imã de Al Azhar.

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