O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (5) um toque de recolher noturno para menores de idade na província caribenha de Bocas del Toro, uma famosa zona turística, para combater as gangues que "trabalham para o Cartel do Golfo ou o Trem de Aragua".

"O índice de criminalidade em Bocas del Toro é altíssimo. É uma das províncias que lidera em termos de criminalidade, assassinatos e tráfico de drogas", disse Mulino em sua coletiva de imprensa semanal.

Mulino afirmou que na próxima semana solicitará às autoridades locais de Bocas del Toro, província na fronteira com a Costa Rica, que decretem o toque de recolher noturno para menores de idade.

Esta medida se junta aos toques de recolher para menores que já estão em vigor há alguns dias na província caribenha de Colón e no populoso distrito de San Miguelito, vizinho da capital.

Bocas del Toro, localizada a mais de 550 quilômetros de estrada da Cidade do Panamá, é composta por ilhas paradisíacas e território em terra firme e recebe muitos turistas estrangeiros.

No entanto, as autoridades panamenhas temem que seja um refúgio para fugitivos da justiça de outros países.

Segundo Mulino, a medida visa combater o poder das gangues, responsáveis pela maior parte dos homicídios, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro no país.

"As gangues panamenhas hoje trabalham para o Cartel do Golfo ou o Trem de Aragua", grupos criminosos originários do México e da Venezuela, respectivamente, acrescentou Mulino.

"Se eu vir que não há colaboração ou [os toques de recolher] não estão funcionando como deveriam, intensificarei as medidas e serão tomadas ações mais rigorosas", advertiu o presidente.

Nas últimas semanas, dezenas de pessoas, incluindo policiais e o filho de um deputado, foram detidas no Panamá por uma suposta ligação com gangues ou tráfico de drogas.

Em 2023, o Panamá apreendeu 119 toneladas de drogas, quantidade inferior ao recorde de 138 toneladas em 2022.

O Panamá serve como ponto de passagem para a cocaína vinda da América do Sul, principalmente da Colômbia, que é enviada para os Estados Unidos, o maior consumidor mundial deste entorpecente, ou para a Europa, através dos portos do Caribe.

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