A prisão de um militar americano na Venezuela ocorreu depois de as autoridades determinarem que o oficial "entrou sem nenhum tipo de documentação ou justificativa" para sua visita, explicou nesta quinta-feira (5) o procurador-geral do país sul-americano, Tarek William Saab, sem fornecer maiores detalhes.

"Ele entrou sem nenhum tipo de documentação, sem qualquer justificativa sobre o que veio fazer no país e está nesse processo no momento. É o que posso revelar, não posso dizer mais nada", explicou Saab aos jornalistas.

O procurador-geral também destacou que o detido "tem dupla nacionalidade" e que a "nacionalidade principal deste cidadão é a mexicana". "Estamos sempre atentos, vigilantes, para que haja um devido processo", acrescentou.

De acordo com funcionários dos Estados Unidos, o militar - que pertence à Marinha - foi detido em 30 de agosto durante uma viagem pessoal.

O Departamento de Estado desaconselha os americanos a viajarem para a Venezuela devido ao "alto risco de prisão injusta".

A detenção militar ocorre em meio a uma grave crise política no país caribenho.

Os Estados Unidos não reconhecem a reeleição do presidente socialista Nicolás Maduro, considerada fraudulenta pela oposição, que reclama a vitória de seu candidato, Edmundo González Urrutia. Washington afirma que está considerando "opções" contra o governante de esquerda.

A crise política também desencadeou uma espiral de protestos em toda a Venezuela, resultando em 27 mortes - duas delas de militares -, 192 feridos e 2.400 detidos.

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