Cerca de 320 mil pessoas terão cruzado a selva de Darién até o final deste ano, um número muito inferior às 520 mil que se aventuraram nessa inóspita rota de migrantes em 2023, afirmou nesta quinta-feira (5) o ministro de Segurança do Panamá, Frank Ábrego, em Washington.

"São 242 mil pessoas até esta manhã" e espera-se "uma média de 320 mil até o final do ano", disse o ministro durante a conferência anual da CAF, o banco de desenvolvimento da América Latina e do Caribe.

Essa redução tem sido observada nos últimos dois meses nas estatísticas americanas de cruzamentos de fronteira, o que beneficia Kamala Harris, a vice-presidente e candidata democrata nas eleições de novembro.

O presidente dos Estados Unidos, o também democrata Joe Biden restringiu em junho a entrada de migrantes pela fronteira com o México quando há mais de 2.500 cruzamentos irregulares na média de sete dias, uma medida que os republicanos consideram insuficiente.

Na crise migratória irregular, há duas filas: uma formada por "pais, mães, filhos, famílias, pessoas de bem" e outra composta por "criminosos ou membros de algum tipo de organização criminosa", afirmou o ministro panamenho.

Para distingui-los, é usada "a tecnologia biométrica de impressões digitais ou oculares", mas "não há forma tecnológica ou humana de poder realmente certificar quem são essas pessoas porque cruzam sem documentação", advertiu.

"Não é uma simples atividade migratória que nasce das pessoas, mas há uma atividade criminosa conexa" de "grupos delinquentes" que aproveitam a situação para chegar ao país norte-americano, acrescentou Ábrego.

Ele citou como exemplo o cartel do Golfo: "Já oferece nas redes sociais o cruzamento desde muito além do nosso continente, desde o Egito, desde a China".

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