Os sindicatos de pilotos e tripulantes da Argentina realizam nesta sexta-feira (6) uma greve por reivindicações salariais. A paralisação afetou 150 voos e 15.000 passageiros nos terminais de Aeroparque e Ezeiza em Buenos Aires, informou a empresa estatal Aerolíneas Argentinas.

"As medidas anunciadas afetarão cerca de 150 voos e mais de 15.000 passageiros", destacou a companhia em um comunicado na véspera, referindo-se à greve que começou às 5h locais desta sexta-feira e se estenderá até às 14h.

O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, considerou que a paralisação “carece de toda lógica" e informou que "já se aplicaram 400 sanções e descontos" salariais.

A Aerolíneas Argentinas criticou a Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (Apla) e a Associação Argentina de Aeronavegantes (AAA), sindicatos que estão promovendo a paralisação, e afirmou que "demonstraram sua clara intenção de causar o maior dano possível aos passageiros".

Em um comunicado publicado nas redes sociais, a secretária sindical da Apla exigiu "uma proposta empresarial séria e adequada" às suas "demandas de recomposição salarial".

"Estamos 72% abaixo ao comparar os salários com a inflação (de 263,5% ao ano), desde novembro até hoje. Para junho, nos ofereceram 0%, em julho, 3,5%. E para agosto, 3%", afirmou Juan Pablo Brey, secretário da Associação Argentina de Aeronavegantes, que representa os tripulantes de cabine.

Os sindicatos aeronáuticos vêm há semanas realizando medidas de força em busca de um aumento salarial, com assembleias nos locais de trabalho, as quais causaram dezenas de reprogramações de voos e afetaram milhares de passageiros.

A empresa denunciou que as medidas constituíam uma "greve disfarçada" e anunciou descontos salariais.

Na quarta-feira, o governo do presidente Javier Milei anunciou que no último semestre reduziu em 13% o quadro de funcionários da Aerolíneas Argentinas, o que representa cerca de 1.500 trabalhadores a menos.

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