O adolescente americano de 14 anos que matou quatro pessoas a tiros em sua própria escola secundária compareceu a uma audiência transmitida ao vivo nesta sexta-feira (6) para ouvir as acusações contra ele.

Colt Gray entrou com as mãos algemadas no tribunal, dois dias depois de matar dois professores e dois estudantes na escola secundária Apalachee, localizada em Winder, cerca de 70 quilômetros a nordeste de Atlanta. Ele também feriu outras nove pessoas no ataque.

O adolescente, magro e de cabelos loiros, assentiu e respondeu com voz fina às perguntas do juiz que presidia a audiência, Currie Mingledorff.

O magistrado inicialmente informou ao jovem que ele poderia ser condenado até mesmo à pena de morte, embora depois tenha corrigido sua declaração, explicando que esta não poderia ser aplicada devido ao fato de o autor ser menor de idade. Gray está sendo acusado de quatro assassinatos.

Seu pai, acusado de permitir acesso livre a um fuzil, com o qual havia presenteado o adolescente, também compareceu à audiência.

O pai, de 54 anos, que estava vestido com um uniforme listrado, pode ser condenado a até 180 anos de prisão, por acusações de homicídio culposo e outras.

Ele também é acusado de ter ignorado vários sinais de alerta relacionados ao comportamento de seu filho. Em maio de 2023, dois policiais foram à casa da família após serem alertados pelo FBI, que havia detectado o envio, a partir do endereço de internet da casa, de mensagens ameaçando um ataque armado em uma escola.

O incidente faz parte de uma série de tragédias semelhantes que assolam os Estados Unidos há anos.

O massacre ocorrido na escola secundária Apalachee reacendeu o debate sobre os potenciais efeitos das centenas de milhões de armas de fogo que circulam no país, a dois meses das eleições presidenciais.

Ambos os candidatos das eleições de 5 de novembro mantiveram suas posturas tradicionais ao comentarem o episódio: a candidata democrata e atual vice-presidente, Kamala Harris, pediu o fim da "epidemia de violência armada de uma vez por todas", enquanto o magnata republicano e ex-presidente Donald Trump (2017-2021) denunciou o ataque como um ato isolado de um "monstro doente e perturbado", mas sem propor restrições para as armas.

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