O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira novas medidas para aliviar a seca na Amazônia, em um contexto de pressão crescente sobre o governo para responder aos incêndios florestais.

“A gente leva muito a serio essa necessidade do combate à seca, ao desmatamento, aos fogos", afirmou Lula em São Sebastião do Curumitá, Amazonas. Acompanhado de ministros, o presidente visitou comunidades ribeirinhas que sofrem os efeitos da pior seca no país.

As temperaturas elevadas secaram rios que servem para a navegação, alimentação e o abastecimento de água de moradores de localidades remotas. O governo anunciou obras de dragagem no rio Amazonas e em outras vias fluviais, além da entrega de purificadores de água.

Em Manaus, Lula anunciou a criação de uma “autoridade climática” para enfrentar o que chamou de “riscos climáticos extremos”. “Nosso foco precisa ser a adaptação."

A nova estrutura foi uma promessa de campanha de Lula para seu terceiro governo, idealizada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. “Esses eventos vão se tornar cada vez mais frequentes e intensos", ressaltou a ministra.

O país enfrenta uma seca histórica, que especialistas associam às mudanças climáticas. Seu resultado são incêndios que se propagam com mais facilidade e deixam nuvens de fumaça que se estenderam a países vizinhos, como Uruguai e Argentina.

“A situação é muito delicada. Parece que as coisas pioram a cada ano", disse Lula, cuja visita à Amazônia coincidiu com uma audiência no Supremo Tribunal Federal visando a medidas para conter os incêndios, que também atingem o Pantanal.

O ministro Flávio Dino determinou a convocação, em um prazo de cinco dias, de mais bombeiros para trabalhar nos estados mais fortemente afetados pelo fogo e a ampliação do número de aeronaves usadas no combate às chamas, e declarou que o país vive “uma verdadeira pandemia de queimadas, que deve ser enfrentada".

Com mais de 5 mil focos ativos nesta terça-feira, o Brasil concentra 76% das áreas afetadas por incêndios na América do Sul, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados por veículos oficiais.

Cerca de 6,7 milhões de hectares foram queimados neste ano na Amazônia brasileira, o que representa 1,6% da maior floresta tropical do mundo, segundo dados oficiais.

rsr/ag/lb

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