O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores britânico, David Lammy, estão em Kiev nesta quarta-feira (11) para abordar com autoridades ucranianas a questão do uso de armas ocidentais de longo alcance contra a Rússia.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, que realiza sua quinta visita à Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, chegou de trem à capital ucraniana nesta quarta-feira com Lammy, cujo governo trabalhista pretende continuar oferecendo apoio a Kiev.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, aumentou a pressão para que o Ocidente forneça mais armas ao seu país e com menos restrições, para que Kiev possa atacar em profundidade o território russo com mísseis de longo alcance.

Ao ser questionado sobre o tema, o presidente americano, Joe Biden, reconheceu em Washington que seu governo está "analisando" a questão "neste momento".

Segundo a imprensa britânica, Biden, que se reunirá na sexta-feira com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, poderá suspender o veto americano à utilização pela Ucrânia de mísseis Storm Shadow de longo alcance contra a Rússia.

O Kremlin se pronunciou nesta quarta-feira, e avisou que dará uma resposta "apropriada" caso a Ucrânia receba luz verde de seus parceiros ocidentais para usar este tipo de armas contra o território russo.

- Mísseis iranianos -

Blinken afirmou na terça-feira, em uma coletiva de imprensa conjunta com Lammy em Londres, que Washington segue comprometido a fornecer à Ucrânia "o que for necessário e quando necessitar para enfrentar de forma mais eficaz a agressão russa". 

Questionado em entrevista à Sky News sobre autorizar a aquisição de armas de longo alcance por Kiev, o secretário de Estado americano declarou: "não descartamos fazê-lo e, se o fizermos, queremos ter a certeza de que isso ajuda o que os ucranianos querem alcançar".

A questão é colocada simetricamente à situação do lado russo. Washington alertou sobre o envio de mísseis iranianos de curto alcance, que Moscou poderia utilizar contra a Ucrânia nas próximas semanas. 

Este cenário suscita temores de que a Rússia utilize seus próprios mísseis de longo alcance contra as áreas mais distantes do front, no oeste da Ucrânia. 

As potências ocidentais tentaram dissuadir Teerã e, na terça-feira, EUA, Reino Unido, França e Alemanha anunciaram novas sanções, sobretudo ao transporte aéreo, após acusarem a República Islâmica de ter fornecido mísseis balísticos à Rússia para serem utilizados na Ucrânia.

Nesta quarta-feira, Londres anunciou novas sanções contra a frota de navios que permite que os russos evitem as restrições ocidentais e continuem exportando seu petróleo.

O Ministério das Relações Exteriores especificou que as sanções são atribuídas a dez navios, que não poderão ancorar em portos britânicos. Três deles permitiram o transporte de petróleo russo avaliado em mais de US$ 5 bilhões (R$ 28 bilhões na cotação atual) desde o início da invasão da Ucrânia, segundo a pasta.

Esta é a terceira vez que o Reino Unido sanciona a chamada "frota fantasma", navios de propriedade indefinida ou sem seguro, que Moscou utiliza para evitar sanções do G7 e exportar petróleo bruto, atividade que representava cerca de 25% da produção russa no orçamento de 2023 do país, de acordo com a chancelaria britânica.

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