A Câmara dos Deputados da Argentina debate nesta quarta-feira (11) se deve reverter o veto do presidente Javier Milei a uma lei para aumentar as aposentadorias.
A lei, aprovada com maioria em ambas as casas, concede um reajuste de 8,1%, em um contexto de inflação anual de 250% e uma aposentadoria mínima equivalente a 230 dólares (1.293 reais na cotação atual) mensais.
O presidente ultraliberal vetou a norma por "manifestamente violar o atual marco jurídico, já que não considera seu impacto fiscal nem determina a fonte do seu financiamento".
Centenas de policiais foram mobilizados em torno do Congresso, onde aposentados e pensionistas marcaram um protesto a partir do meio-dia, apoiados pela oposição, movimentos sociais e do sindicato CGT.
O Congresso pode reverter o veto presidencial e forçar a permanência da lei se atingir dois terços dos votos nas duas Câmaras, onde o partido do governo é minoria e está dividido.
No entanto, vários deputados do União Cívica Radical (UCR), que impulsionou a lei, anunciaram na terça-feira uma mudança de posição, que pode arruinar a iniciativa.
A medida presidencial para impedir o reajuste foi rejeitada, sobretudo após Milei decretar um aumento de quase 102 milhões de dólares (573 milhões de reais) para as despesas da Secretaria de Inteligência, elevando seu orçamento em mais de 700%.
A Argentina está em recessão econômica, com 7,7% de desemprego e 52% de pobreza.
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