Parte de uma floresta da colina turística de El Panecillo, no centro histórico de Quito, foi atingida por chamas nesta quinta-feira (12), por causa de um incêndio florestal supostamente criminoso, que gerou alerta entre moradores, informaram autoridades. O serviço de emergências do país informou que não houve vítimas.

Uma grande coluna de fumaça por trás da Virgem alada que coroa a colina pôde ser observada de vários pontos da capital equatoriana. El Panecillo é um dos ícones da área colonial que faz parte do Patrimônio Cultural da Humanidade.

Nas encostas da colina, situada 3.000 m acima do nível do mar, moradores entraram em pânico ao constatarem a vegetação queimando perto de suas residências. O pátio da casa de Luis Rueda cheirava a fumaça, e os degraus de terra improvisados que conectam com a floresta ficaram cheios de cinzas.

"Corri para tentar apagar o fogo na parte de baixo com baldes d'água", contou o morador à AFP, apontando para uma árvore chamuscada. Quando os bombeiros conseguiram apagar um dos focos, um vendaval ativou outro. "Corram, tem gente pedindo ajuda", gritava uma mulher, para alertá-los.

Cinco horas após o início do fogo, os bombeiros continuavam tentando apagá-lo. O município informou que um homem de 25 anos “em atitude suspeita” foi preso perto do local do incêndio, com “substâncias sujeitas à fiscalização [drogas] e fósforos”.

Um total de 99% dos incêndios que ocorrem na cidade são criminosos, segundo a Prefeitura. O de El Panecillo era um dos três incêndios florestais que os bombeiros combatiam hoje na capital, onde, no verão, ocorrem temperaturas elevadas e ventos fortes.

O fogo começou no lado oriental da colina e se estendeu ao sul e ao cume, onde fica a emblemática Virgem de Quito, uma estátua de alumínio composta por mais de 7.000 peças. “Para o fogo se propagar dessa forma é porque alguém o iniciou, não se apresentam condições para que combustões espontâneas aconteçam", disse à AFP o major Jorge Sánchez, dos bombeiros.

O Equador registrou neste ano cerca de 2.700 sinistros, que deixaram 11 feridos, segundo o balanço mais recente da Secretaria de Riscos. O fogo consumiu 30.641 hectares de vegetação, principalmente nas províncias andinas de Loja, Azuay, Pichincha, Imbabura e Carchi, sendo que Loja, na fronteira com o Peru, é a mais afetada, com 14.540 hectares queimados.

pld/sp/atm/lb

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