Os líderes do Reino Unido e dos Estados Unidos se reúnem em Washington nesta sexta-feira (13) para decidir se permitem que Kiev dispare mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente contra a Rússia, uma opção que aumentou as tensões com Moscou. 

A visita do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, ao presidente americano, Joe Biden, ocorre no momento em que Kiev pressiona por permissão e a Rússia alerta que dar sinal verde à Ucrânia significaria que a Otan está "em guerra" com Moscou. 

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que o aviso do presidente Vladimir Putin é claro: "Não temos dúvidas de que esta declaração chegou aos seus destinatários".

A imprensa britânica informou que Biden, que teme provocar um conflito nuclear, estaria disposto a permitir que a Ucrânia implantasse mísseis britânicos e franceses usando tecnologia americana, mas não mísseis de fabricação americana. 

Em resposta à advertência de Putin, Starmer disse à imprensa britânica que viajava com ele que "a Rússia iniciou este conflito. A Rússia invadiu ilegalmente a Ucrânia. A Rússia pode encerrar este conflito imediatamente". 

Em um sinal de tensões crescentes, o serviço de segurança russo FSB anunciou nesta sexta-feira que seis diplomatas britânicos tiveram o seu credenciamento retirado e foram acusados de espionagem.

No entanto, Londres rejeitou as acusações, que descreveu como "totalmente infundadas".

As negociações ocorrem no momento em que Biden está prestes a deixar o cargo e dar lugar a quem vencer as eleições presidenciais de novembro, entre a democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump. 

Trump recusou-se repetidamente a tomar partido no conflito na Ucrânia durante um debate eleitoral com Harris na terça-feira, dizendo apenas: "Quero que a guerra acabe".

Em contraste, a atual vice-presidente Harris comprometeu-se a manter o apoio incondicional à Ucrânia, caso seja eleita.

Starmer está programado para se reunir com Biden no Salão Oval às 17h30 (horário de Brasília), mas no momento ele não tem reuniões agendadas com Trump ou Harris, ambos em campanha nesta sexta-feira. 

A sua visita - a segunda a Washington desde que o Partido Trabalhista obteve a vitória em julho, após 14 anos - também visa amenizar a guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas em Gaza. 

Mas de todo modo, o foco estará na Ucrânia, onde as perdas no campo de batalha após mais de dois anos e meio de conflito são particularmente preocupantes.

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