A Alemanha não entregará armas de longo alcance à Ucrânia, insistiu o chanceler alemão, Olaf Scholz, nesta sexta-feira (13), quando os dirigentes americano e britânico discutem sobre a possibilidade de autorizar Kiev a usar estas armas contra a Rússia.
A "Alemanha tomou uma decisão clara sobre o que fazer e não fazer. Esta decisão não mudará", declarou o chanceler social-democrata durante uma coletiva de imprensa em Berlim.
O dirigente alemão insistiu que seu país, o maior contribuinte europeu de ajuda financeira e militar à Ucrânia, não entregará à Kiev mísseis de longo alcance Taurus, de fabricação alemã.
O presidente ucraniano Volodimir Zelenksy, vem exigindo essas armas, que têm um alcance de mais de 500 km e podem atingir o território russo, há vários meses.
Políticos alemães, incluindo os membros da coalizão do governo de Olaf Scholz, lhe pediram que desse este passo. O primeiro ministro britânico, Keir Stamer, e o presidente americano Joe Biden se reuniram nesta sexta-feira, em Washington, para falar do tema.
A Ucrânia espera que ambos os dirigentes lhe deem uma maior liberdade de ação para usar os mísseis Storm Shadow fornecidos pelo Reino Unido e os ATACMS fornecidos pelos Estados Unidos.
Ambos têm um alcance de várias centenas de quilômetros e permitiriam à Ucrânia de alcançar os centros logísticos do exército russo, que invadiu a república soviética em fevereiro de 2022.
O porta-voz de Scholz, Steffen Hebestreit, declarou que "as armas sobre as quais Estados Unidos e Reino Unido estão discutindo atualmente são armas que nós não fornecemos (...) e, neste sentido, não há nenhuma mudança".
Desde o começo da invasão russa na Ucrânia, Scholz se alinhou repetidamente com as decisões de Washington sobre o fornecimento de armas à Ucrânia.
No entanto, o chefe de governo alemão deve manter um delicado equilíbrio entre seu compromisso de ajudar a Ucrânia "o tempo que for necessário" e os temores de uma parte da opinião pública, preocupada com uma possível escalada com Moscou.
O partido social-democrata de Scholz, que governa em coalizão com os Verdes e os Liberais, sofreu um fracasso retumbante em duas eleições regionais recentes contra a extrema direita, que se opõe ao apoio militar à Ucrânia.
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