Vários representantes de países árabes e europeus, incluindo o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, discutiram, nesta sexta-feira (13), em Madri como avançar na chamada solução de dois Estados para o Oriente Médio, que propõe a criação de um Estado palestino que conviva com Israel.

"Hoje celebramos em Madri uma reunião de países europeus com o Grupo de Contato árabe-islâmico para abordar conjuntamente a solução de dois Estados", escreveu na rede social X o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

"Juntos queremos identificar ações concretas que nos permitam avançar neste objetivo", acrescentou Sánchez, pedindo à comunidade internacional que "dê um passo decidido para alcançar uma paz justa e duradoura no Oriente Médio".

O ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, que presidiu o encontro, disse à imprensa que "é necessária uma ação firme da comunidade internacional contra aqueles que, de ambos os lados, buscam minar a solução de dois Estados, perpetuar o conflito e propagar a violência".

O encontro em Madri, chamado "Pela aplicação dos dois Estados", reuniu os chanceleres da Palestina, Arábia Saudita, Noruega, Turquia, Jordânia e Eslovênia, entre outros, e Borrell, que acaba de retornar de um giro pelo Oriente Médio, para onde voltará no sábado.

Na UE "há unanimidade (...) na necessidade de apoiar a solução baseada na construção do Estado palestino, porque o Estado de Israel já existe", apontou Borrell em coletiva de imprensa após o fim da reunião.

Em uma mensagem no X, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, criticou Borrell, apontando que "em vez de pressionar para que a UE se una às sanções contra o Irã, (...) apoia o estabelecimento de um Estado palestino terrorista controlado pelo Irã".

"Este é o legado de Borrell: antissemitismo e ódio a Israel", acrescentou Katz.

"Eu repudio o antissemitismo (...) Portanto, não me darei ao trabalho de rebater esse tipo de acusações que se desmoronam por si mesmas", respondeu Borrell.

A Espanha, que em maio reconheceu a Palestina como Estado, tem sido muito crítica em relação à postura de Israel na guerra contra o Hamas em Gaza.

O conflito, que está próximo de completar um ano, já deixou pelo menos 41.118 mortos na Faixa de Gaza, segundo os últimos números do Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.

O conflito eclodiu após um ataque do Hamas no sul de Israel no dia 7 de outubro, que causou a morte de 1.205 pessoas, em sua maioria civis, de acordo com um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia pelos comandos islamistas, 97 continuam em cativeiro em Gaza, incluindo 33 declaradas como mortas pelo Exército israelense.

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