Indígenas bolivianos apoiadores do ex-presidente Evo Morales bloquearam, nesta segunda-feira (16), a estrada para o Lago Titicaca, no início de uma semana de protestos contra o presidente Luis Arce.

Os indígenas cortaram a estrada com pedras e terra em quatro seções em direção ao Lago Titicaca, que a Bolívia e o Peru compartilham, de acordo com a Administração de Rodovias da Bolívia.

O ministro adjunto de Segurança do cidadão, Roberto Ríos, disse ao canal estatal, Bolívia TV, que a polícia "garantirá a livre circulação, o direito à saúde, ao trabalho, entre outros".

Até o momento, não foram reportados confrontos entre os policiais e os manifestantes.

Em uma declaração de convocação, os indígenas explicaram que os protestos continuarão "até a renúncia do governo incapaz e corrupto de Luis Acre e (seu vice-presidente) David Choquehuanca, e que sejam convocadas novas eleições gerais".

O movimento ligado ao influente líder indígena protesta pela escassez de dólares e combustíveis, em meio à disputa entre Morales e Arce pela indicação presidencial do partido governista antes das eleições gerais de 2025.

A Bolívia subsidia as importações de combustível. Em 2023, destinou 1,1 bilhão de dólares (6 bilhões de reais na cotação atual) e, para 2024, orçou 1,408 bilhão de dólares (7,7 bilhões de reais). A Bolívia compra um litro de gasolina dos países vizinhos por US$ 0,86 (4,7 reais) e o vende localmente por US$ 0,53 (2,9 reais).

O protesto começou um dia antes de Morales (2006-2019) e seus partidários iniciarem uma marcha de 190 quilômetros a partir da cidade de Caracollo, ao sul da cidade de La Paz.

Arce acusou Morales, no domingo, de que os bloqueios e a sua saída fazem parte de uma estratégia para realizar um golpe de Estado.

Em resposta, Morales chamou seu herdeiro político de “desesperado e confuso” na rede X e ressaltou que sua marcha se deve ao descontentamento do povo com seu governo.

O ex-governador acusa Arce de usar os poderes judiciário e eleitoral para bloquear sua candidatura presidencial. Arce ainda não disse se concorrerá à reeleição.

Os dois estão em desacordo sobre a liderança do partido governista e a indicação presidencial.

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