O Supremo Tribunal Federal defendeu, nesta quinta-feira (19), sua decisão de suspender o teto fiscal para lidar com a histórica onda de incêndios florestais que atinge o país como uma forma de "evitar o fim do mundo".

"Aqui nós tratamos de tentar evitar o fim do mundo", disse o ministro Flávio Dino, do STF, durante audiência com os governadores dos estados mais afetados. "Estamos cuidando da fauna, flora, da vida de modo geral, e também da economia brasileira", acrescentou.

No último domingo, o ministro autorizou o governo a abrir créditos extraordinários para combater o fogo, que já arrasou uma área semelhante à do território do Paraguai. Segundo as autoridades, a maioria dos incêndios tem origem criminosa, e a seca histórica favorece sua propagação.

Para Dino, há "sofismas" e "hipocrisia" entre aqueles que criticam a medida de domingo por seus possíveis impactos econômicos. "Não há dicotomia entre responsabilidade fiscal e ambiental", ressaltou.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na última terça-feira 514 milhões de reais para enfrentar a devastação. Este ano, as chamas já consumiram mais de 40,2 milhões de hectares de vegetação no país, bem acima da média anual da última década (31 milhões), segundo dados do observatório europeu Copernicus.

"As fazendas que produzem soja, carne, que produzem, de modo geral, aquilo que impulsiona a economia brasileira, não podem sair do país" como as pessoas fariam, argumentou Dino. "Por isso, a sustentabilidade é um ativo econômico estratégico do Brasil".

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