Os médicos da cidade de Calcutá, nordeste da Índia, anunciaram nesta sexta-feira (20) o fim da greve iniciada em agosto pelo estupro e assassinato de uma médica em um hospital da metrópole.

A descoberta, em 9 de agosto, do corpo ensanguentado de uma médica de 31 anos no hospital público de Calcutá, onde ela trabalhava, chocou o país, que enfrenta um problema crônico de violência contra as mulheres.

Apesar da diminuição dos protestos e greves no restante da Índia, as manifestações, especialmente de médicos, prosseguiram até agora na cidade do estado de Bengala Ocidental.

Porém, após uma reunião na quinta-feira com as autoridades, os grevistas decidiram voltar "a trabalhar de maneira gradual a partir de sábado", anunciou Aniket Mahato, de uma associação local de médicos.

Os médicos retornarão às emergências dos hospitais públicos, mas não retomarão as atividades nos ambulatórios, áreas de internação ou nas cirurgias eletivas, explicou.

A decisão foi motivada pelas inundações que ocorreram nos últimos dias em Bengala Ocidental. "É hora de agir e ajudar as pessoas afetadas", disse Mahato.

Os médicos deram ao governo do estado o prazo de sete dias para a implementação de medidas que melhorem a segurança dos hospitais e ameaçaram iniciar uma nova greve caso o compromisso não seja atendido.

Dezenas de milhares de indianos se uniram aos protestos nas últimas semanas. O chefe da polícia do estado e funcionários de alto escalão do Departamento de Saúde foram demitidos por críticas à condução da investigação.

A violência e crueldade do ataque provocaram comparações com o estupro e assassinato de uma jovem em um ônibus de Nova Délhi em 2012, que motivou semanas de protestos em todo país.

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