Os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) reivindicaram a responsabilidade pelo ataque a uma base militar na terça-feira, que deixou três soldados mortos e outros 28 feridos e levou à suspensão das negociações de paz com o governo colombiano.
"Na terça-feira, 17 de setembro, (...) unidades operacionais da FGO (Frente de Guerra Oriental) atacaram o Cantão Militar da Força-Tarefa Chiron” na zona de Puerto Jordán, departamento de Arauca (nordeste), apontou um comunicado do comandante desta frente, Manuel Vásquez Castaño.
O ataque com explosivo foi duramente condenado pelo governo de esquerda de Gustavo Petro que, na quarta-feira, declarou "suspenso" o processo de paz com as guerrilhas, de pé desde 2022.
A delegação de paz do governo advertiu que os diálogos só retornariam "com uma manifestação inequívoca da vontade de paz” por parte dos guerrilheiros.
Os rebeldes consideram sua ação como "legítima" e denunciam a suposta atividade dos paramilitares na região. Eles acusam o exército de "custodiar e proteger" grupos armados rivais no setor.
"O exército segue escalando o plano de contra-insurgência”, diz o comunicado.
O ELN, armado desde 1964, intensificou sua ofensiva desde o início de agosto, quando decidiu não retomar uma trégua que estava em vigor desde 2023.
Desde então, as Forças Militares retomaram as operações contra os rebeldes e, na quarta-feira, após o ataque em Arauca, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, declarou que os esforços serão “redobrados”.
Foi oferecida uma recompensa equivalente a US$ 957.000 (5,2 milhões de reais, na cotação atual) por informações sobre o paradeiro dos “principais líderes” do grupo guerrilheiro, formado por 5.800 pessoas.
Petro, o primeiro presidente de esquerda da Colômbia, está tentando neutralizar o conflito armado que já dura seis décadas, mantendo diálogos com vários guerrilheiros e gangues criminosas. Mas ele enfrenta críticas da oposição, que denuncia a deterioração da segurança pública.
Na quinta-feira, o comandante principal do ELN, Antonio García, disse, através de sua conta no X, que "mesmo em meio a operações militares, os processos de paz podem continuar".
Segundo García, os diálogos estão "congelados" devido ao “não cumprimento dos acordos” firmados com o governo durante os ciclos de negociação realizados em Cuba, Venezuela e México.
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