"O mundo está um rolo climático", diz Charly Alberti, nomeado, nesta segunda-feira (23), embaixador do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para a América Latina e o Caribe, uma responsabilidade com a qual espera "energizar as pessoas" em "um momento muito complicado" para o planeta.

O baterista da lendária banda de rock argentina Soda Stereo, que alcançou a fama na década de 1980, está convencido de que a "arte em todas as suas formas tem o poder de mobilizar o mundo e inspirar as mudanças tão necessárias".

Ao anunciar sua nomeação durante a semana de alto nível da Assembleia da ONU, em Nova York, a diretora-executiva do Pnuma, Inger Andersen, destacou que sua "paixão pelo meio ambiente e sua capacidade para conectar as pessoas através da música o tornam um poderoso defensor da ação ambiental".

Nesta nova missão, o músico terá que sensibilizar, particularmente os mais jovens, sobre a necessidade de  enfrentar a tripla crise planetária das mudanças climáticas, a perda da natureza e da biodiversidade e a contaminação e os resíduos na região.

Alberti é um ativista de longa data que com sua organização, a Revolución 21 - Latinoamérica Sustentable, já cuida do meio ambiente na Argentina e na América Latina.

Seu grupo, o Soda Stereo, também fez ações como o plantio de 4.700 árvores nativas para compensar a pegada de carbono de sua turnê, "Gracias Totales", de 2020, uma das primeiras turnês latino-americanas a fazê-lo.

Alberti disse à AFP, após sua nomeação, que é preciso deixar de lado a desculpa generalizada recorrente de que "não vai mudar nada do que eu faça" individualmente.

"Somos mais de 8 bilhões de pessoas no mundo pensando todos no mesmo. Não vai mudar nada que eu não faça. Mas o somatório é o que está provocando o grande desastre", lembra.

Por isso, ele defende as "pequenas mudanças" que acabam gerando as grandes mudanças positivas".

"Depende de vocês o mundo que quiserem deixar para seus filhos", alerta.  

Para o roqueiro de 61 anos, "é importantíssimo continuar se desenvolvendo, mas pode ser feito no marco de um mundo sustentável".

"A economia não é mais importante do que o meio ambiente. Sem meio ambiente, sem biodiversidade, não há economia possível", disse, antes de lembrar que "todos somos o problema e todos somos a solução de forma individual". 

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