Melania Trump saiu do silêncio que a caracteriza para promover sua autobiografia em plena campanha de seu marido para as eleições presidenciais nos Estados Unidos.
Em ocasião da publicação do livro, prevista para 8 de outubro, a ex-primeira-dama de 54 anos divulgou uma série de vídeos em suas redes sociais.
"Como pessoa privada, que frequentemente tem sido alvo de escrutínio público e de declarações falsas, sinto a responsabilidade de esclarecer os fatos", declara em um de seus vídeos em preto e branco.
"Acredito que é importante compartilhar minha perspectiva, a verdade", acrescenta.
Em outros vídeos, a ex-modelo de origem eslovena menciona fatos recentes sobre os quais disse muito pouco ou nada, como a tentativa de assassinato de Donald Trump em julho em um ato eleitoral até as manifestações antirracistas em Washington em 2020.
E critica uma operação de busca do FBI, Polícia Federal americana, em sua residência de Mar-a-Lago, Flórida, em 2022, em busca de documentos confidenciais que o ex-presidente republicano levou quando deixou a Casa Branca.
"Nunca imaginei que o governo invadiria minha privacidade aqui nos Estados Unidos", afirmou quem foi uma das primeiras-damas mais discretas do país.
- "Dona de sua vida" -
Surpreende sobretudo que mencione a publicação em revistas americanas de algumas de suas fotos como modelo nua. Diz se sentir "orgulhosa" delas.
Por que rompe justamente agora seu silêncio?
Katherine Jellison, professora da Universidade de Ohio e especialista em matrimônios presidenciais, considera que o principal objetivo dos vídeos é promover o livro, cuja versão autografada e com fotos custa 250 dólares (1.367 reais).
"Mas também acredito que tenta cultivar uma imagem de mulher forte, dona de sua vida e de seu destino", declarou à AFP.
"Fazendo isso desafia algumas das caricaturas que os meios de comunicação fazem dela e derruba a ação de que está sob o domínio de seu marido", acrescenta.
Segundo essa pesquisadora, é a razão pela qual Melania Trump "não desempenhou nenhum papel na campanha de 2024", para além de algumas festas para arrecadar fundos e sua participação na cerimônia de nomeação de seu marido como candidato do Partido Republicano.
- "Ama seu marido" -
Até hoje, não participou de nenhum dos comícios de Trump. Também não foi aos tribunais de Nova York onde seu marido foi condenado por 34 acusações de falsificação de registros comerciais para encobrir pagamentos de dinheiro com o objetivo de silenciar a ex-atriz pornô Stormy Daniels.
Ausências incomuns para os americanos, acostumados a ver casais políticos que exageram em sua cumplicidade, como a formada pela candidata democrata Kamala Harris e seu marido, Doug Emhoff.
O aparente distanciamento entre Melania e Donald Trump alimentou durante anos especulações sobre o tipo de relação que mantêm.
"Acredito que ela ama o seu marido", disse o próprio Trump em uma entrevista à Fox News em meados de setembro. "Agora que penso nisso, isso provavelmente é uma grande surpresa para muita gente, mas ela ama seu marido", insistiu.
O mesmo canal, muito popular entre os conservadores, receberá Melania Trump na manhã de quinta-feira, para sua primeira entrevista em mais de dois anos.
Será uma oportunidade para falar de seu novo livro, segundo a Fox News, mas também sobre "a estratégia de campanha de Trump na seis semanas que restam antes das eleições".
cjc/ev/erl/nn/dd/aa