O governo de Honduras anunciou nesta quarta-feira (25) que chegou a um acordo com os ocupantes de terras em áreas de reserva ambiental no leste do país para proteger florestas desmatadas pela pecuária e agricultura extensiva.

O governo da presidente de esquerda Xiomara Castro havia denunciado no domingo que os ocupantes das terras se organizaram para "boicotar e interromper o Plano Ambiental 'Zero desmatamento até 2030'", lançado em maio pelo Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS).

Nesta quarta-feira, no entanto, a secretária da Presidência, Sarahí Cerna, anunciou que as autoridades acordaram uma "trégua" de três meses com os moradores que ocupam zonas de reserva no Corredor Biológico Mesoamericano.

Como parte do acordo, o governo suspenderá no que resta do ano "os despejos" dos moradores que ocupam as terras e "não será permitida sob nenhuma circunstância o desmatamento e o aumento da fronteira agrícola", acrescentou a funcionária.

Cerna indicou que outro ponto de entendimento é que o CNDS, integrado pelos chefes dos três poderes do Estado, chefes militares e policiais, da Procuradoria e outros altos funcionários, "continuará suas operações para a identificação e destruição de plantações de folha de coca e maconha, e qualquer outro ilícito".

Entre os ocupantes de terras há pessoas de "boa fé", mas também operam "o crime organizado e o narcotráfico (...) semeando folha de coca, desmatando grandes extensões de terra, para ocultar lavagem de ativos", havia indicado no domingo o CNDS.

Um advogado dos pecuaristas, Juan Soto, declarou que estavam dispostos a participar de um diálogo em que fossem respeitadas "as garantias constitucionais".

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