Joe Biden, que receberá Volodimir Zelensky nesta quinta-feira (26) na Casa Branca, redobra os seus esforços para ajudar a Ucrânia enquanto pode, 39 dias antes de uma eleição presidencial muito acirrada, da qual depende o futuro do apoio a Kiev. 

O presidente ucraniano foi recebido no Congresso pelos líderes do Partido Republicano e do Partido Democrata no Senado, ambos vestidos com gravata amarela e camisa azul, as cores ucranianas. 

Zelensky não respondeu aos jornalistas que lhe perguntaram se ele se encontraria com o ex-presidente e candidato republicano Donald Trump, que o criticou duramente.

"Anuncio o aumento da assistência de segurança à Ucrânia e uma série de medidas adicionais para ajudar a Ucrânia nesta guerra", disse Biden em comunicado, que não respondeu, no entanto, ao pedido de Kiev para poder usar mísseis americanos de longo alcance para atacar o território russo. 

Zelensky saudou o anúncio que, segundo ele, promoverá a "vitória" na guerra que trava desde que a Rússia invadiu o seu território.

- US$ 8 bilhões -

Além disso, Biden pediu a realização de uma cúpula de alto nível na Alemanha com 50 países aliados da Ucrânia "para coordenar esforços".

O democrata de 81 anos, um dos principais impulsionadores do apoio ocidental à Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022, decidiu desembolsar 8 bilhões de dólares (43,7 bilhões de reais) em ajuda no total. 

Biden, que desistiu de concorrer à reeleição e, portanto, deixará o poder em janeiro, continua gastando os 61 bilhões de dólares (333,8 bilhões de reais, na cotação atual) em fundos votados com muita dificuldade em abril por um Congresso politicamente dividido.

O chefe de Estado ucraniano se reunirá com Biden nesta quinta-feira, mas também com a vice-presidente e candidata democrata Kamala Harris, que promete manter o apoio caso ganhe as eleições. 

Zelensky chegou a Washington para apresentar o seu "plano de vitória" um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter ameaçado uma possível mudança na doutrina sobre o uso de armas nucleares. 

"É um sinal que alerta estes países para as consequências de participarem em um ataque ao nosso país com vários meios, não necessariamente nucleares", disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov. 

Zelensky alertou que os ucranianos "nunca" aceitarão um acordo de paz com Moscou que lhes seja imposto pelas grandes potências.

- O "melhor vendedor" -

Zelensky está ciente de que o apoio ao seu país depende em grande parte do resultado das eleições presidenciais americanas. A disputa se apresenta muito acirrada entre Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump, contundente em suas críticas ao presidente ucraniano nos últimos dias. 

"Continuamos dando bilhões de dólares a um homem que se recusa a concluir um acordo, Zelensky", disse o candidato republicano à Casa Branca durante um comício.

"Cada vez que ele veio ao nosso país, saiu com 60 bilhões de dólares", acrescentou. Segundo Trump, ele é "provavelmente o melhor vendedor da Terra".

A possibilidade de um encontro entre Trump e Zelensky foi considerada, mas até o momento não foi anunciada. 

Também não está prevista uma reunião com o líder republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson. O líder conservador, sob forte pressão dos congressistas mais leais a Trump, declarou que não poderia comparecer.

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