Milhares de transportadores paralisaram as suas atividades, nesta quinta-feira (26), em Lima e no porto Callao, em um protesto sem precedentes contra a extorsão e o assassinato de três motoristas nas últimas semanas pelo crime organizado.
“Esse flagelo do crime está se tornando cada vez mais difundido. Não vamos mais tolerar essa intimidação", disse à AFP Martín Valeriano, presidente da Associação Nacional de Integração de Transportadoras (Anitra).
Ao menos 3 mil veículos deixaram de prestar serviço por 24 horas em amplos setores da capital peruana de 10 milhões de habitantes, assim como em Callao, de acordo com estimativas do setor.
Desde cedo os usuários se agrupam ou fazem filas grandes nas estações de ônibus.
Organizações de mototaxistas também aderiram, à medida que várias escolas e universidades foram obrigadas a suspender as aulas presenciais.
As autoridades ainda não forneceram uma avaliação inicial dos eventos do dia.
Os transportadores que deixaram seus veículos de lado realizaram uma marcha em direção ao Congresso, no centro de Lima, com caixões de papelão e faixas com slogans como “Chega de mortes de trabalhadores do transporte” e “Não à extorsão”.
Em lima e em Callao há 470 empresas de transporte e "estimamos que ao menos 50 estão sendo extorquidas”, disse Valeriano.
As gangues exigem pagamento de até 50.000 soles (13.500 dólares ou 73.448 reais) por mês por empresa. Quando as empresas se recusam, elas atiram nos veículos, mesmo com passageiros dentro. Até agora, neste ano, houve 14 ataques e três motoristas foram mortos, de acordo com o líder.
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