O furacão Helene perdeu intensidade nesta sexta-feira (27), poucas horas após tocar o solo na Flórida, na costa sudeste dos Estados Unidos, e foi rebaixado de categoria 4 para 2, anunciou o Centro Nacional de Furacões (NHC).

"O furacão Helene é agora um furacão forte de categoria 2", disse o serviço meteorológico nacional em Tallahassee, capital da Florida. No boletim mais recente, o NHC rebaixou para 175 km/h a velocidade máxima dos ventos.

Quando tocou o solo, o fenômeno foi classificado na categoria 4 (em uma escala que vai até 5) e considerado "extremamente perigoso" pelos serviços meteorológicos americanos. 

A tempestade atingiu a área conhecida como Big Bend, uma região florestal no noroeste do estado, pouco antes das 23h30 (0h30 de Brasília), segundo o NHC. 

Helene alcançou a costa com ventos máximos de 225 km/h, nas imediações da cidade de Perry, que tem quase 7.000 habitantes. 

"TODA a costa de Big Bend, Flórida, está sob risco de uma tempestade potencialmente catastrófica", alertou o NHC nas redes sociais.

Os aeroportos de Tampa e Tallahassee foram fechados e o governador da Flórida, Ron DeSantis, pediu que os residentes acelerassem os preparativos finais antes da chegada da tempestade.

Quase um milhão de casas e estabelecimentos comerciais ficaram sem energia elétrica, informou o site PowerOutage.us. 

- 'Vou me refugiar' -

Apesar das previsões, Patrick Riickert se recusou a deixar sua pequena casa de madeira em Crawfordville, uma cidade de 5.000 habitantes no meio do caminho entre Tallahassee e a costa. A maioria dos moradores já saiu do local, mas ele, a mulher e os cinco netos "não vão a lugar nenhum", disse esse homem, 58, à AFP. 

"Vou me refugiar" e enfrentar o furacão, garantiu. Ele fez o mesmo em 2018, quando o mortal furacão Michael, de categoria 5, atingiu o noroeste da Flórida. "Confio na minha fé que Deus me manterá a salvo", acrescentou.

No povoado costeiro de Alligator Point, David Wesolowski não correu riscos diante da passagem do furacão. "Se se mantiver no curso, isto vai ficar muito diferente depois", disse antes de levar sua família para um terreno mais elevado em Tallahassee.

O NHC alertou para até 510 mm de chuva em pontos isolados do interior, além de inundações potencialmente fatais e "numerosos" deslizamentos de terra no sul dos Apalaches.

Vários estados estão na rota potencial da tempestade e já estão sendo atingidos por ventos fortes e chuvas intensas. As águas das inundações nas cidades ao redor da baía de Tampa tornaram as estradas intransitáveis, mostrou a imprensa local.

O risco de tornados era elevado no norte da Flórida, na Geórgia e nas Carolinas do Sul e do Norte.

A maior parte da Geórgia, que, assim como a Flórida, está em estado de emergência, prepara-se para inundações, enquanto o Tennessee se preparou para condições de tempestade tropical em todo o estado.

- Da Flórida ao Tennessee -

"Este será um evento que afetará vários estados e que pode ter um impacto significativo", disse a administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, na Casa Branca, depois de informar o presidente Joe Biden sobre a situação.

"O presidente quer garantir que todos prestem atenção aos possíveis impactos dessa tempestade, que podem colocar vidas em risco", declarou.

O governador DeSantis mobilizou a Guarda Nacional e milhares de profissionais para possíveis operações de busca e resgate, assim como restabelecimento de energia.

Um trecho de costa de 402 km, da Baía de Tampa à Cidade do Panamá, está em alerta devido ao furacão. 

Helene já atingiu a Península de Yucatán, no México, onde ficam vários resorts turísticos. O furacão Idalia, de categoria 3, atingiu o noroeste da Flórida em agosto de 2023.

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