Na quinta-feira passada (19/9), eleitores da Carolina do Norte (EUA) souberam de uma denúncia sobre o vice-governador republicano apoiado por Donald Trump, Mark Robinson. Comentários em um site pornográfico feitos pelo político mostram que ele teria se autodenominado um “nazista negro”.

 

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A notícia foi divulgada durante uma reunião regular do comitê das Mulheres Republicanas do Condado de Johnston, no estado americano, como informou reportagem da "CNN".

 

 


 

Conservadoras reagem à notícia

 

O vice-governador, que se identifica como um cristão evangélico, disse que a reportagem feita pelo canal estadunidense é uma “mentira de tabloide”. Apesar da crítica feita a Robinson, pessoas presentes na reunião conservadora não pareceram ficar abaladas. 

 

Adele Walker, 52 anos, afirmou que “se as acusações forem verdade, é algo que ele e a esposa terão que lidar. Não é da minha conta. É uma questão conjugal”.

 

Logo depois, o grupo discutiu sobre uma doação de US$ 200 (R$ 1.089,28) para a campanha do vice-governador, que aparece atrás do candidato democrata Josh Stein, procurador-geral do Estado. Walker disse que doará ainda mais dinheiro a Robinson.

 

As opiniões de mulheres conservadoras são acompanhadas de perto nesta eleição em todos os Estados Unidos. A Carolina do Norte tem uma das disputas mais acirradas do país.

 

Robinson já se envolveu em outras polêmicas

 

Chamado de “Martin Luther King com esteroides” por Trump, o vice-governador já havia recebido reações negativas devido a comentários feitos em um vídeo de 2019 que comentava sobre aborto. Robinson disse que mulheres deveriam ser “responsáveis o suficiente para manter a saia abaixada”.

 

Em 2021, ele disse que crianças não deveriam aprender, na escola, sobre “transgenerismo, homossexualidade, nenhuma dessas imundícies” . Mais tarde Mark se recusou a fazer pedidos de desculpas. 

 

Para a BBC, o cientista político da Universidade Estadual da Carolina do Norte, Steven Greene, avaliou que “é justo chamar a campanha de Robinson de um incêndio no lixo neste momento”.

 

Republicanos temem que a figura de Robinson possa fazer com que seus eleitores fiquem em casa ou impulsione uma participação democrata. De acordo com Greene, a Carolina do Norte permanece “teimosamente republicana”.

 

Barack Obama foi o único democrata a vencer no estado em 44 anos. O ex-presidente conseguiu esse feito em apenas uma eleição, em 2008.

 

Uma pesquisa da Emerson College Polling/The Hill, divulgada na quinta (19/9) - antes da reportagem da CNN -, mostrou Harris à frente de Trump por um ponto percentual. A vantagem está dentro da margem de erro, mostrando que a corrida está muito acirrada.

 

O cientista político entende que a Carolina do Norte é essencial para Donald Trump. Greene complementa, “é muito mais difícil ver Donald Trump chegando a 270 sem a Carolina do Norte do que Kamala Harris”, se referindo ao número de votos do colégio eleitoral necessários para garantir a presidência dos EUA.

 

Republicano está decepcionado com Robinson

 

Scott Lassiter, que concorre ao Senado estadual na Carolina do Norte, expressou decepção pelo seu colega de partido não ter desistido antes do prazo permitido na quinta-feira (19/9), o que poderia abrir espaço para outro candidato republicano.

 

Lassiter afirma que o político envolvido em polêmicas é um presente para os democratas, pois eles “adorariam que todas as disputas eleitorais fossem sobre Mark Robinson neste momento”. 

 

Já o presidente do condado de Guilford, o republicano Chris Meadow, diz conhecer Robinson há anos e que sua posição é de que “as alegações e acusações são infundadas”. 

 

“Na era do aprimoramento da Inteligência Artificial, eu realmente não coloco nenhuma credibilidade em nada, até que ele mesmo admita”, complementa Meadows.

 

Eleitores da Carolina do Norte reagem

 

O cientista político Steven Greene diz que a corrida presidencial se resumirá à participação eleitoral, mas ainda não é claro como Robinson afetará a corrida eleitoral na Carolina do Norte.

 

Um eleitor republicano, que preferiu não se identificar, disse que não votaria no vice-governador, mas não vê problemas em optar por Trump. 

 

Evelyn Costelloe, 66, votou nos republicanos em eleições passadas, mas não nas mais recentes, dizendo que apoiará os democratas devido à sua posição pessoal em relação ao aborto

 

Costelloe diz não saber nada sobre as acusações, mas “sei o que ele disse. Coisas assim me fazem querer votar com certeza”.

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