Novas medidas na China para estimular o setor imobiliário, aliviando as restrições à compra de casas nas grandes cidades, fizeram os mercados de ações da segunda maior economia do mundo disparar nesta segunda-feira (30). 

O setor imobiliário e de construção representa há muito tempo mais de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) da China. 

Mas desde 2020, Pequim reforçou o acesso ao crédito para promotores imobiliários, o que levou gigantes do setor, como Evergrande ou Country Garden, à beira da falência.

As obras inacabadas, a desaceleração econômica e a queda dos preços, que desvalorizam os imóveis, dissuadiram desde então os chineses de investir em construção.

Para estimular o setor, várias megacidades chinesas anunciaram no domingo uma flexibilização das restrições locais à compra de casas. 

Na cidade de Guangzhou, no sul do país, com quase 19 milhões de habitantes, um indivíduo não podia comprar legalmente mais de duas casas para evitar a especulação imobiliária durante os anos de bonança.

A partir desta segunda-feira, esta restrição deixa de existir e o mercado imobiliário deixa de estar reservado apenas aos habitantes desta cidade.

A vizinha Shenzhen, com cerca de 18 milhões de habitantes, também adotou uma medida semelhante, mas apenas nas suas áreas periféricas. 

Da mesma forma, a potência econômica Xangai, onde vivem quase 25 milhões de pessoas, reduziu o pagamento inicial necessário para comprar uma primeira casa. 

As autoridades anunciaram também no domingo uma redução das taxas hipotecárias para a compra de residências principais e secundárias. 

O pacote de medidas incentivou os investidores asiáticos, com fortes aumentos nas bolsas chinesas.

A Bolsa de Xangai subiu 8,06%, e a de Shenzhen, o segundo maior mercado de ações da China, 11%. A Bolsa de Hong Kong, que fechou mais tarde, subiu 2,43%. 

Os resultados deram continuidade às expansões da semana passada, após as medidas de estímulo adotadas pelas autoridades chinesas para inverter a desaceleração da segunda maior economia do mundo. 

Yan Yuejin, vice-diretor do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento E-house China, disse à AFP que as medidas respondem às "pressões" do mercado imobiliário. 

"Há menos pessoas comprando propriedades hoje em dia", disse ele. "Se ninguém comprar imóveis, isso afetará o consumo e, consequentemente, o crescimento", devido ao peso do setor da construção na economia chinesa, afirmou.

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