O governo que controla o leste da Líbia anunciou, nesta quinta-feira (3), que levantou o bloqueio à produção e exportação de petróleo, o qual manteve por um mês devido a uma disputa com as facções que controlam o restante do país sobre a direção do banco central.

O governo de Benghazi, que não é reconhecido pela comunidade internacional, mas que controla a maioria dos campos de petróleo, anunciou em uma publicação no Facebook que "levanta o bloqueio de força maior e retoma a exploração e exportação de todos os campos".

A Corporação Nacional de Petróleo confirmou o fim do bloqueio, que reduziu pela metade a produção de petróleo para cerca de 600.000 barris por dia.

Após o caos gerado pela deposição e morte do ditador Muamar Kadhafi em 2011, a Líbia é governada por dois Executivos rivais: o de Abdelhamid Dbeibah, instalado em Trípoli (oeste) e reconhecido pela ONU, e outro no leste, apoiado pelo poderoso marechal Khalifa Haftar.

Em agosto, o governo de Benghazi ordenou o bloqueio da produção e a suspensão das exportações após um grupo de homens armados entrar na sede do banco central em Trípoli para exigir a destituição do chefe do emissor, Sedik al Kabir.

Al Kabir denunciou ao jornal Financial Times que teve que fugir do país devido a ameaças.

Al Kabir, no cargo desde 2012, foi criticado pelo entorno de Dbeibah por sua gestão da renda petrolífera, acusado de ser muito favorável a Haftar.

Após negociações mediadas pela ONU, os governos rivais assinaram um acordo na segunda-feira para nomear um novo diretor do banco central.

A produção de petróleo da Líbia está em torno de 1,2 milhão de barris por dia, em comparação com um nível de 1,5 milhão de bpd a 1,6 milhão de bpd durante o governo de Kadhafi.

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