O veículo de comunicação independente cubano Cubanet informou na quinta-feira (3) que duas de suas colaboradoras foram detidas brevemente e que uma terceira foi ameaçada em Havana. 

A editora-chefe do portal de notícias, Claudia Padrón, disse à AFP via WhatsApp, no México, onde mora, que as jornalistas detidas, que não querem ser identificadas, foram interrogadas por agentes de segurança do Estado e sofreram ameaças de prisão por "serem jornalistas independentes" e "receberem pagamentos pelo seu trabalho".

Padrón acrescentou que elas foram gravadas diante das câmeras e "forçadas a dizer o quanto cobravam, quem de fora coordenava e editava" o site, além de terem sido obrigadas a dizer que "renunciavam". "A terceira pessoa foi apenas ameaçada", disse. 

Em seu site, o portal publicou que "vários jornalistas e colaboradores da CubaNet que residem na ilha foram vítimas nas últimas horas de ações repressivas dirigidas pelas autoridades do regime".

Observou ainda que "essas ações incluem ameaças, intimidação, detenções breves e confisco de bens de trabalho e dinheiro". 

Padrón indicou que as autoridades que interrogaram os seus funcionários "mencionaram" a nova Lei da Comunicação Social, que entra em vigor nesta sexta-feira e não contempla os veículos de comunicação independentes cubanos. 

lp-jb/arm/aa/dd