A vice-presidente dos Estados Unidos e candidata democrata, Kamala Harris, apareceu em um comício de campanha ao lado da porta-voz dos republicanos que se opõem a Donald Trump, a ex-deputada Liz Cheney, que pediu aos americanos que rejeitem a "crueldade depravada" do ex-presidente e elejam sua adversária. 

A filha do ex-vice-presidente conservador Dick Cheney pediu aos republicanos moderados e aos independentes que coloquem o patriotismo antes do partidarismo, em um evento de campanha no importante estado de Wisconsin. 

"Peço que defendam a verdade, que rejeitem a crueldade depravada de Donald Trump" e peço "que nos ajudem a eleger Kamala Harris para presidente", disse Cheney à multidão em Ripon, o berço simbólico do Partido Republicano em 1854. 

Harris descreveu a republicana Cheney como "uma verdadeira patriota" e agradeceu por sua coragem e "convicção em falar a verdade". 

"Ela possui algumas das qualidades que mais respeito em qualquer indivíduo e líder, a coragem, especialmente em um momento como este", quando tantos estão tentando "deixar as pessoas com medo", disse a candidata democrata em Wisconsin, um dos sete principais estados para as eleições presidenciais de 5 de novembro. 

Liz Cheney participou da investigação do Congresso dos EUA sobre o ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por uma multidão de apoiadores de Trump que queriam impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições. 

"Temos que derrotar Donald Trump" porque "ele é mau, vingativo e cruel, e... não está apto para liderar" o país, disse Cheney.

- Trump em Michigan -

Horas antes de a candidata democrata encorajar a superação das divisões partidárias, Trump discursou no Michigan, onde repetiu as falsas acusações de fraude nas eleições que Joe Biden venceu em 2020. 

"Vencemos em 2020. A eleição foi fraudada", disse em um comício em Saginaw, no Michigan, outro estado importante na região dos Grandes Lagos. 

Seu ato político ocorreu após uma audiência na quarta-feira de seu julgamento por suposta conspiração para anular as eleições de 2020, com novas evidências de sua suposta má conduta. 

Trump criticou a resposta do governo Biden ao mortal furacão Helene que devastou o sudeste do país e acusou Kamala Harris, sem provas, de "importar" criminosos do exterior. 

Como o sistema de votação nos Estados Unidos é indireto, as eleições presidenciais não são decididas pelos votos expressos em todo o país, mas pelos votos dos delegados designados por cada estado. 

O ex-presidente sabe que a eleição será provavelmente decidida por votos de eleitores ainda indecisos nos famosos estados-pêndulo. 

- Insultos -

Em Saginaw, voltou a insultar publicamente a vice-presidente democrata, chamando-a de "louca". 

"Se quiserem que teu país virem um inferno (…) votem em Kamala", disse o milionário de 78 anos, que se definiu como o "herói" dos trabalhadores. 

O candidato republicano prometeu que, se vencer, sujeitará as importações a tarifas altas, aparentemente para proteger as indústrias americanas. 

Trump e Harris permanecem lado a lado nas pesquisas em uma campanha histórica, com Harris substituindo Biden como candidato democrata em julho e com duas tentativas de assassinato contra Trump. 

Muitos dos apoiadores de Donald Trump, incluindo o empresário Elon Musk, espalham teorias da conspiração segundo as quais os democratas levam estrangeiros em massa para os EUA e os legalizam para obter seus votos.

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