A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) apresentou, nesta sexta-feira (4), uma moção de censura ao governo francês do novo primeiro-ministro conservador, Michel Barnier, que não dá sinais de prosperar devido à recusa da extrema direita em apoiá-lo. 

"A existência deste governo, pela sua composição e pelas suas orientações, é uma negação do resultado das últimas eleições legislativas", diz a moção, que será defendida na terça-feira na Assembleia Nacional (câmara baixa) pelo líder socialista Olivier Faure, segundo fontes. 

O NFP venceu as últimas eleições legislativas que o presidente francês, Emmanuel Macron, antecipou em junho, após a vitória da extrema direita nas eleições para o Parlamento Europeu.

Com 193 deputados, o NFP ficou longe da maioria absoluta de 289 e Macron decidiu nomear Barnier como primeiro-ministro, à frente de um governo apoiado pela aliança de centro-direita de Macron e pelo partido conservador Os Republicanos (LR). 

O NFP justifica a sua moção de censura na decisão do chefe de Estado de não nomear a sua candidata a primeira-ministra, a economista Lucie Castets, e nas "orientações políticas" do governo Barnier. 

Os seus orçamentos são anunciados como "os mais austeros dos últimos 25 anos", denuncia o movimento de esquerda, que, em uma crítica velada, ataca as críticas ao Estado de direito do ministro do Interior, o ultraconservador Bruno Varejo.

O presidente tomou a decisão em nome da "estabilidade", mas o novo governo também carece de maioria na Assembleia Nacional, portanto poderá cair se o terceiro maior bloco em número de deputados, a extrema direita, apoiar a moção de censura. 

A deputada de extrema direita Laure Lavalette reafirmou na quinta-feira que não apoiará esta primeira moção de censura, garantindo que a situação na França é "suficientemente grave" e que não quer acrescentar mais caos.

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