A montadora alemã de automóveis Mercedes-Benz foi condenada a pagar uma multa de R$ 40 milhões por "atos de assédio e discriminação contra seus trabalhadores" em sua fábrica em Campinas, anunciou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região nesta sexta-feira (4).
"Trabalhadores que sofreram lesões como consequência de seu trabalho eram isolados dentro da fábrica em Campinas durante seu processo de reabilitação, e expostos a situações vexatórias e humilhantes. Também houve (...) discriminação racial", segundo um comunicado do TRT.
A justiça condenou a fabricante por danos morais coletivos, mas ainda cabe recurso da decisão.
Documentos do processo relatam como, entre 2004 e 2019, vários trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em Campinas foram maltratados e discriminados depois de contraírem "doenças ocupacionais".
Após seu retorno à fábrica, os empregados foram "vítimas de isolamento, até mesmo físico, privados de oportunidades de promoção e aumentos salariais, sendo designados em um 'Grupo de Divergentes'".
Alguns chegaram a ser vítimas de insultos racistas, como "macaco", relata o comunicado do TRT.
A Central de Distribuição e Logística de Peças de Campinas é a maior da Mercedes-Benz fora da Alemanha, de acordo com o site da montadora.
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